14 de Outubro de 2018, Domingo: Começou Pedro a dizer a Jesus: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos” (v. 28).

1ª Leitura: Sb 7,7-11

A 1ª leitura foi escolhida por causa do evangelho no qual a riqueza impede um homem a seguir Jesus. A leitura do AT mostra o valor da sabedoria acima dos bens materiais.

O livro de sabedoria é o livro mais novo do AT, escrito por volta de 50 a.C. em grego (por isso falta na Bíblia hebraica e protestante) por um judeu na cidade helenista de Alexandria.

A Nova Bíblia Pastoral (p.843) comenta: A sabedoria não é privilégio de alguns, como pensavam os cidadãos gregos e romanos; é direito de todos (6,22-25). Apresentando-se como Salomão, que para a tradição judaica é o patrono da Sabedoria (1Rs 3,5-14), o autor parte do seguinte princípio: todos os seres humanos são iguais, pois nascem e morrem de maneira igual. Fato que esvazia o culto aos imperadores romanos (cf. Is 31,3; Jr 17,5) e a ideologia grega sobre a superioridade dos cidadãos livres frente aos escravos.

O texto da nossa leitura na notícia sobre a oração e o sonho do jovem Salomão ao iniciar seu governo (1Rs 3,4-15) e nos textos sapienciais que exaltam a Sabedoria acima dos bens mais preciosos (Jó 28,15-19; Pr 3,14-15; 80,10-11.19). Salomão pediu sabedoria, o Senhor gostou do pedido e lhe concede o que pediu (sabedoria) e o que não pediu (fama e riqueza).

Orei, e foi-me dada a prudência; supliquei, e veio a mim o espírito da sabedoria (v. 7).

A Bíblia do Peregrino (p. 1539) comenta: Eclo 51,22 coloca esse momento na juventude; Eclo 39,1-11 insiste na oração para se obter o dom da sabedoria. O binômio sabedoria-prudência é sinônimo (hokmá-biná), mas esse “espírito” rompe a forma comum; cf. Eclo 39,9; Is 11,2. A equação foi proposta desde o princípio do livro, 1,5-7. O verbo “vir” retoma a personificação de 6,16 e 1,4.

Preferi a Sabedoria aos cetros e tronos e em comparação com ela, julguei sem valor a riqueza; a ela não igualei nenhuma pedra preciosa, pois, a seu lado, todo o ouro do mundo é um punhado de areia e diante dela, a prata, será como a lama. Amei-a mais que a saúde e a beleza, e quis possuí-la mais que a luz, pois o esplendor que dela irradia não se apaga (vv. 8-10).

Além do poder e riqueza, o autor acrescenta aqui valores apreciados sobretudo pelos gregos (v. 10): a saúde (cf. entretanto Eclo 1,18; 30,14-16), a beleza (cf. Sl 45,3); Eclo 26,16-17; 36,22) e luz do dia (cf. Ecl 11,7).

A Bíblia do Peregrino (p. 1539) comenta:  

Com sua enumeração setenária, na qual as riquezas ocupam o maior espaço e a luz o lugar supremo, o autor se afasta da série de bens de 1Rs 3,4-15. O modo de comparar (synkrisis) para exaltar o valor, é lugar comum da literatura bíblica e grega: ver Pr 3,14-15; 8,11.19; 1Rs 10,27; Pr 4,22. O último membro muda de forma: não é algo mais que a luz; é a luz autêntica.

Todos os bens me vieram com ela, pois uma riqueza incalculável está em suas mãos (v. 11).

A Bíblia do Peregrino (p. 1539) comenta os vv. 11-12:  

O que em 1Rs era dado por acréscimo, aqui é dado na mesma sabedoria, como cortejo e produto seu. O sábio descobre depois a fecundidade da sabedoria (como mãe, dizia Eclo 15,2): doce engano da dama, que se apaixonou só com a beleza dela, omitindo seu extraordinário dote. Assim, o sábio pode realmente desfrutar dos bens, porque não foi cobiçoso e interesseiro em busca-lo, porque não teme perde-los, contando com aquela que os gera, porque ela o assiste e guia no desfrute.

 

2ª Leitura: Hb 4,12-13

A carta (sermão) aos Hb começou com um prólogo que mostra o Filho de Deus como Palavra definitiva dele (1,1-2). Depois declarou Jesus “sumo sacerdote misericordioso e fiel” (2,17; cf. 3,1). Na leitura de hoje e do próximo domingo junta a “Palavra de Deus” (vv. 12-13) e o culto do “sumo sacerdote eminente” (vv. 14-16). Nossa leitura de hoje se parece com um poema ou um salmo (cf. Sl responsorial 18/19 B).

A Palavra de Deus é viva, eficaz e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Ela julga os pensamentos e as intenções do coração. E não há criatura que possa ocultar-se diante dela. Tudo está nu e descoberto aos seus olhos, e é a ela que devemos prestar contas (vv. 12-13).

”A palavra de Deus é viva”, parece-se com uma pessoa viva. Em Pr 8,1-9, a sabedoria fala como se fosse uma pessoa; igualmente também em Eclo 24 onde é identificada com a Lei (Eclo 24,23). O livro de Sabedoria personifica a Palavra de ordem ao anjo exterminador para matar os primogênitos no Egito: “Quando um silêncio profundo envolvia todas as noites e a noite mediava seu rápido percurso. Tua Palavra onipotente lançou-se, guerreiro inexorável, do trono real dos céus para o meio de uma terra de extermínio. Trazendo a espada afiada de tua ordem irrevogável, deteve-se e encheu de morte o universo; de um lado tocava o céu, de outro pisava a terra” (Sb 18,14-16; cf. Ex 12,12.23.29s). No Evangelho de Jo, “a Palavra” é identificada com o Filho de Deus que também é Deus (Jo 1,1.14).

A Palavra de Deus “é eficaz” (como a chuva que molha a terra, cf. Is 55,10s). Não é uma palavra à toa, mas cheia de sentido e tem efeito: Deus falou e assim se fez (Gn 1). É também crítica, ou seja, expressa um discernimento que “penetra até dividir” o ser humano por dentro (como cirurgião ou psicanalista), ”julga” e decide nosso destino. Em grego, krinein, significa discernir, julgar, decidir (o substantivo é krísis, daí a palavra “crise”). O símbolo da justiça é a espada (não só a mulher com olhos vedados). A palavra de Deus discerne o bem e o mal, é julgamento, “a ela devemos prestar conta.”

Desde Adão e Eva (Gn 3,8-11), “não há criatura que se possa ocultar-se diante dela. Tudo está nu e descoberto aos seus olhos” (v. 13). A palavra de Deus é verdade (em grego “verdade” é sem disfarce, sem véu, “re-velação”).

A palavra de Deus nos criou, nos conhece por dentro e até torna-se um de nós em Jesus. Não há como e nem precisa disfarçar ou esconder-se. A nossa reação à palavra de Deus deve ser de “fé” e “confiança”. Não vamo-nos esconder ou fugir, mas “aproximemo-nos então, com toda confiança, do trono da graça” (v. 16).

 

Evangelho: 10,17-30 (ou 17-27)

No cap. 10, depois de uma catequese familiar sobre matrimônio e o valor das crianças, Mc trata a questão dos bens que podem impedem um homem a seguir Jesus.

Quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele, e perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?” (v. 17).

Jesus caminha, mas “veio alguém correndo” (v. 17), um homem com pressa (angustiado, estressado?). Ele tem observado os mandamentos “desde a sua juventude” (v. 20; em Mt 19,16 ele é um “jovem”), mas “ajoelhou-se diante dele e perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?” (v. 17b; cf. Lc 10,25). A pergunta revela que o homem acredita na ressurreição e sabe que não basta pertencer ao povo de Deus para salvar-se, mas precisa da decisão e da conduta ética do indivíduo. É a Lei que orienta para isso, mas na época de Jesus havia várias interpretações da Lei que confundiam o povo.

Jesus disse: “Por que me chamas de bom?” Só Deus é bom, e mais ninguém. Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe!” (vv. 18-19).

A resposta de Jesus parece estranha para nós: “Porque me chamas de bom? Só Deus é bom e mais ninguém” (v. 18). Jesus quer corrigir a expectativa do homem: A resposta a esta pergunta cabe só a Deus, o único que salva. O que Jesus comunica, não é uma opinião pessoal, mas a vontade de Deus.

“Tu conheces os mandamentos” (v. 19). Jesus cita a segunda tábua da Lei (10 Mandamentos); a primeira tábua (os primeiros três mandamentos) já estava incluída na frase anterior sobre a unicidade e bondade de Deus (cf. Dt 6,4-6). Assim, Jesus não cita a proibição das imagens incluída no primeiro mandamento, nem o segundo mandamento sobre o nome de Deus e nem o terceiro sobre o sábado; os cristãos vão mudar o primeiro e terceiro. Citando apenas a segunda tábua e omitindo a citação dos três primeiros mandamentos, Jesus abre espaço para um homem poder salvar-se pela sua ética e boa conduta, independentemente da sua fé e religião. Assim será no juízo final em Mt 25,31-46 (cf. o bom samaritano em Lc 10,25-37 e Vaticano II, LG 16).

A sequência dos mandamentos citados é diferente: Jesus cita o 5º, 6º, 7º e 8º mandamento, depois o 4º no final (vv. 19; cf. Ex. 20,12-16; Dt 5,16-20), antes acrescenta “não prejudicarás ninguém”; este último pode ser um resumo do 9º e 10º mandamento, mas a tradição helenista destacava as obrigações sócias, então poderia se referir aos pobres e empregados cujos salários não se deve atrasar (este preceito convém para um rico; cf. Eclo 4,1 com a mesma palavra, e Dt 24,14). Também o 4º mandamento, aqui no final da lista, expressa obrigações sociais a respeito dos pais (cf. 7,10-13; Eclo 3,1-16).

Ele respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude.” Jesus olhou para ele com amor, e disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!” Mas quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico (vv. 20-22).

Até agora nada de novo para este homem que pode constatar que “tudo isso tenho observado” (v. 20). Mas Jesus convida para segui-lo, “olhou com ele com amor e disse: ‘Só uma coisa te falta, vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me’” (v. 21).

No judaísmo surgiu a ideia de que esmolas e boas obras serão recompensadas no céu (cf. Mt 6,2-4; 6,9-21). Para ganhar a vida eterna, não se deve “correr” (v. 17) atrás de dinheiro, mas atrás de Jesus que também é pobre e caminha para cruz. Mas a vocação fracassou desta vez, o homem “ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico” (v. 22; cf. 4,19).. Quem vai seguir Jesus no caminho a Jerusalém, será Bartimeu, o mendigo cego e curado (v. 52, final do cap. 10).

Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!” Os discípulos se admiravam com estas palavras, mas ele disse de novo: “Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!” (vv. 23-25).

Jesus lamenta e se dirige agora aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no reino de Deus!” (v. 23); “entrar no reino de Deus” significa aqui o mesmo da pergunta: “ganhar a vida eterna” (v. 17; cf. 9,43-47). Repetindo a frase, Jesus chama os discípulos: “meus filhos” (v. 24; lit. “crianças”; só aqui os chama assim em Mc) e diz: ”É mais fácil um camelo entrar no buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus” (v. 25).

Não se deve atenuar o contraste trocando a palavra camelo por cámilo (corda de navio) ou aludir a um portal no muro de Jerusalém com o nome camelo. Já os rabinos e outros autores da época conheciam as comparações absurdas do elefante e da agulha ou do contraste da formiga e do camelo.

Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso, e perguntavam uns aos outros: “Então, quem pode ser salvo?” Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível” (vv. 26-27).

Os discípulos ficaram muito espantados e perguntaram uns aos outros: “Então quem pode ser salvo?” (v. 26); a mesma pergunta de v. 17, só desta vez generalizada. Riqueza e outros poderes do mundo seduzem o homem e se opõem ao reino de Deus. Mais uma vez Jesus orienta para a soberania de Deus (cf. v. 18). Só Deus é bom e pode superar os obstáculos: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível” (v. 27; cf. Gn 18,14; Jó 42,2; Zc 8,6; Lc 1,37). Assim a preocupação do homem passa do material para o espiritual, da dependência do dinheiro para gratuidade (graça) de Deus.

Em Lc 19,1-10, depois da cura do cego que segue Jesus, aparece um rico cobrador de impostos, Zaqueu. Ele se converte, não segue Jesus no caminho, mas se salva dando a metade dos seus bens aos pobres.

Na história da Igreja havia interpretações diversas do texto de hoje. No evangelho apócrifo dos nazarenos, o rico é visto como hipócrita: como ele pode dizer que cumpre os mandamentos, se está na lei: “Amarás o próximo como a si mesmo” (Lv 19,18). Alude-se a vida comunitária dos primeiros cristãos (cf. At 2,44-45; 4,32-37), e Clemente de Alexandria diz: “Todas as coisas são propriedade comum, e os ricos não devem querer mais para si do que para os outros”. São Tomás de Aquino assegura o direito à propriedade particular, no entanto, as propriedades têm obrigações sociais (e ambientais, acrescentamos hoje). O homem rico no evangelho fracassou na vocação, mas o texto inspirou Santo Antão e São Francisco a venderem seus bens para levar uma vida simples. A exigência de Jesus é vista como um conselho para alguns, não como mandamento para todos (cf. 1Cor 7,10-25), assim se vive os três conselhos “pobreza, castidade, obediência” nas congregações religiosas, mas há de lembrar a todos as pessoas de suas obrigações sociais e da opção preferencial pelos pobres de Jesus e da Igreja (cf. Lc 4,18; 6, 20-25; 16,19-31).

Evangelho: Mc 10,28-31

Ontem ouvimos do fracasso do rico que não atendeu o chamado de Jesus (vv. 17-27). Ele almejava “herdar a vida eterna” (v. 17), mas para os ricos é difícil, quase impossível “entrar no reino de Deus” (vv. 24-25), só “para Deus tudo é possível” (v. 27). Assustados, os discípulos se perguntaram: “Quem então pode ser salvo?” (v. 26); será que eles, que seguiram Jesus, vão conseguir?

Começou Pedro a dizer a Jesus: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos” (v. 28).

Pedro como representante dos discípulos afirma com certa autoestima: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos”; em Mt 19,27 ele ainda pergunta: “O que vamos receber?”.

Respondeu Jesus: “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, durante esta vida – casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições – e, no mundo futuro, a vida eterna (vv. 29-30).

Jesus responde com uma promessa solene: “Em verdade, eu vos digo…” (v. 29a). Renunciar das coisas do mundo traz recompensa grande no céu. Esta ideia já era reconhecida no judaísmo: Quem sofrer tribulações e perseguições por causa da Lei receberá sete vezes a glória do céu (cf. Mt 5,10). Os discípulos, porém, renunciam e sofrem por outro motivo: o seguimento e a fidelidade a Jesus, “por causa de mim e do evangelho” (v. 29).

Deixar os bens, casa e campos, já estava na vocação do homem rico. “Casa” na Bíblia, porém, significa também família, portanto incluem-se na lista “irmãos e irmãs, mãe, pai, filhos”. Aqui em Mc, Jesus não fala em deixar a mulher (talvez por causa da mulher de Pedro e de outros apóstolos, cf. 1Cor 9,5), nem no paralelo Mt 19,20 (em Mt 19,12 acrescentou-se a opção do celibato), mas em Lc 18,29 sim.

A separação dos parentes (já em 1,20) pode ter várias razões, pode-se pensar em falta de compreensão (cf. os parentes de Jesus em 3,21.31-35; 6,4) ou perseguição por causa da fé e adesão a Jesus (cf. 13,12). “Receberá cem vezes mais” (v. 30; cf. 2Sm 24,3; 1Cor 21,3). Distingue-se um salário aqui e “agora, durante esta vida” e outro, “no mundo futuro”. Nesta vida receberá tudo cem vezes mais, casa, campos e parentes, mas não se fala mais de “pai” (talvez porque para o discípulo, Deus seja o Pai nosso e único; cf. Mt 23,9; Lc 11,27; Mc 3,31-35; At 2,44; 4,32-37: Rm 8,15; Gl 4,6).

O site da CNBB comenta: O evangelho de hoje nos apresenta, no caso do jovem rico, um grave erro que pode ocorrer na vida de todos nós no que diz respeito à questão da salvação e que se refere ao sujeito da salvação. Às vezes, a gente escuta que as pessoas devem esforçar-se para se salvarem e eu penso que eu devo conseguir me salvar. Ora, ninguém salva a si próprio. Eu não posso ser o meu salvador. Os discípulos perguntaram: “Quem então poderá salvar-se?” A resposta de Jesus é: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus, tudo é possível”. Não podemos confiar a nossa salvação nem em nós mesmos, nem nos outros e nem nos bens materiais, pois nada ou ninguém, a não ser o próprio Deus, podem nos salvar.

Eu posso contribuir para a minha salvação na medida em que eu faço de Deus o centro da minha vida e a causa da minha felicidade, submetendo-me totalmente a ele. Se eu vivo apegado às coisas do mundo, eu vivo em função delas e coloco nelas a minha felicidade, fechando o meu coração à ação divina e a minha vida ao projeto do reino dos céus. Para conseguir o desapego das coisas do mundo, é necessário que a gente procure assumir uma nova hierarquia de valores que faz com que sejamos capazes de desprezar os bens materiais, mas rejeitar os valores do mundo significa sofrer perseguições nesta vida. É preciso renunciar aos valores do mundo para ter a vida em Cristo.

 

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