dia 08 de julho de 2018, Domingo: Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?” E ficaram escandalizados por causa dele

1ª Leitura: Ez 2,2-5

Na 1ª Leitura ouvimos um trecho do envio do profeta Ezequiel ao seu povo incrédulo, correspondendo à falta de fé dos nazarenos no seu conterrâneo Jesus no evangelho de hoje.

Ezequiel era um sacerdote no templo de Jerusalém e foi levado a Babilônia na primeira deportação em 597 a.C. Lá, a glória de Deus lhe apareceu num carro com querubins e rodas de fogo (cap. 1); esta visão indica que a presença de Deus é móvel, não está fixada num certo lugar (Jerusalém), mas vai deixar o templo que será destruído em 586 (cf. 10,18-22; 11,22s).

(Naqueles dias), depois de me ter falado, entrou em mim um espírito que me pôs de pé (v. 2a).

Ao ver a glória do Senhor, Ezequiel caiu com o rosto em terra (1,28) e ouviu a voz de alguém (deve ser aquele que estava sentado no trono do carro celeste): “Filho do homem, põe-te de pé que vou falar contigo” (2,1). “Depois (ou enquanto) de me ter falado, entrou em mim um espírito que me pôs de pé”. Alguns acham que o Espírito faz cair para o “repouso no Espírito”, mas o Espírito coloca em pé, levanta o ânimo, consola (cf. o paráclito em Jo 14-16); aqui acompanha a palavra; vitaliza e sintoniza o profeta para que escute.

A Tradução Ecumênica da Bíblia (p. 808s) comenta:

Sabia-se em Israel que Deus comunica uma força divina, seu “espírito”, aos que ele encarrega de salvar o seu povo: em primeiro lugar os juízes, como Sansão (Jz 14,6.19; 15,14), mais também os reis: Saul (1Sm 10,6.10), David (1Sm 16,13) e, mais tarde, o rebento régio de Jessé, evocado por Is (11,2). Também se sabia que Deus dá seu “espírito” a outras personagens, cuja atividade está ligada à dos chefes do povo: os profetas. Para dizer a verdade, nem todos os textos são tão afirmativos a esse respeito; alguns, notadamente Am e Os, como também Is (que só conhece o espírito dado ao monarca) e finalmente Jr ignoram esse dom concedido aos profetas. É que em Israel se desconfiava do comportamento de alguns dentre eles (1Sm 10,10-12) e se sabia que era preciso julgar a qualidade do espírito que os animava (1Sm 16,14; 18,10). Os autores das epopeias de Elias e Eliseu não têm tais escrúpulos: as façanhas dos seus heróis são explicadas pela intervenção de um espírito (2Rs 2,15; 5,26), que é finalmente o de Deus (1Rs 18,12; 2Rs 2,16). Passando por cima dos grandes profetas que precederam. Ez reata com a antiga tradição; nele, o carisma profética é apresentado como manifestação, particularmente violenta aliás, do espírito do Senhor que “vem” ao profeta (2,2; 3,24), “cai” sobre ele (11,5), o mantém de pé (2,1-2; 3,24) ou o transporta (3,12.14; 8,3; 11,1; 43,5), exatamente como o espírito fizera com Elias, chegando a animar as misteriosas rodas cósmicas (1,20); cf. At 8,39 etc.

Então, eu ouvi aquele que me falava, o qual me disse: “Filho do homem, eu te envio aos israelitas, nação de rebeldes, que se afastaram de mim. Eles e seus pais se revoltaram contra mim até ao dia de hoje. A estes filhos de cabeça dura e coração de pedra, vou-te enviar, e tu lhes dirás: ‘Assim diz o Senhor Deus’ (vv. 2b-4).

O relato da vocação (2,1-3,11) está articulado com oito fórmulas “Filho do homem” (lit. Ben Adam, filho de Adão). O termo é muito frequente em Ez, que a utiliza uma centena de vezes. Especificamente neste cap. 2, que prolonga a grande visão do início, esta expressão marca um contraste sugestivo: diante da “glória do Senhor”, cuja grandeza parece fascinante e terrificante (1,28), Ez não passa de um ínfimo “filho de homem” (vv. 1.3.6.8), incapaz até mesmo de se manter de pé. Escuta pela primeira vez o novo quando está estendido no chão, e recebe um espírito de profecia que o põe de pé (v. 2a).

O protagonista (Deus) continua não sendo nomeado: é uma voz (1,28), depois uma mão (2,9). A Ezequiel lhe retira seu sobrenome ilustre, Ben Buzi (filho de Buzi, cf. 1,3) e lhe impõe o sobrenome de todos os mortais, Ben Adam, filho de Adão, distintivo de sua missão profética.

“Eu te envio”, é traço característico dos relatos de vocação profética (cf. Ex 3,10; Jz 6,14; Is 6,8; Jr 1,7; Ez 3,4 e 13,6; Ml 3,1; Mc 3,14 etc.). Ez é enviado “aos israelitas”, gente revoltada (lit. “nações”, como os pagãos, aqui traduzido por nação de rebeldes”). A Casa de Israel vai se chamar “Casa Rebelde” (v. 5). O fato de que Deus lhe envie um profeta demonstra que não rejeitou. No contexto da aliança, é a rebelião do vassalo contra o soberano. Ezequiel há de ser uma espécie de fiscal, representante do Senhor.

“Assim diz/fala o Senhor” Esta fórmula introduz os oráculos proféticos e define seu valor fundamental: todos são proclamação da palavra divina.

Quer te escutem, quer não – pois são um bando de rebeldes – ficarão sabendo que houve entre eles um profeta” (v. 5).

A Bíblia do Peregrino (p. 2017) comenta: A missão profética é para a palavra. Esta leva em si uma força tal que, mesmo rejeitada, se impõe. Os desterrados, mesmo à força, haverão de reconhecer que o Senhor lhes enviou um profeta. Enviou com dois objetivos: para que se salvem, se o aceitarem; para que não tenham desculpa, se o rejeitarem.

“Quer que te escutem, quer não” (cf. 2,7; 3,11.27) – “pois são um bando de rebeldes”. A oposição de Israel à pregação dos profetas é outro traço característico dos relatos de suas vocações (Ex 4,1; Am 2,12; 7,12-13; Is 6,9-10; 30,10; Jr 11,21; Mt 23,37 etc.). Jesus dizia “Um profeta só não é estimado em sua pátria” (Mc 6,4, cf. evangelho de hoje).

 

2ª Leitura: 2 Cor 12,7-10

Na 2ª leitura de hoje ouvimos o final da grande autodefesa de Paulo (10,1-12,18) aos coríntios. Na sua ausência foi acusado por adversários de ser fraco demais. Estes rivais judeu-cristãos se gloriam da sua raça e se consideravam superior (cf. 11,5; 12,11: “superapóstolos”). Paulo fala a “verdade” (v. 6), mas só “se gloria” para comparar-se aos adversários no próprio terreno deles (11,21-23) e desarmar aqueles que o difamam (11,5-12; 12,11-18). Mas ele o faz a contragosto (12,11).

Ele está num dilema: sabe que todo bem vem de Deus (4,7; 5,18) e por isso todo autoelogio está errado. Por outro lado, ele precisa competir com seus adversários usando os mesmos meios, isto é, apresentar suas próprias vantagens. Em 11,18-30 se gloriou “segundo a carne” (sua raça judia), dos seus trabalhos e diversos sofrimentos. Em 12,1-5 se gloria ainda das suas revelações (12,1-5).

Trata-se de experiência espiritual, em que o apóstolo contemplou a transcendência divina, que nenhuma palavra humana jamais poderá descrever: “Conheço um homem, unido a Cristo, que, há quatorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu … foi arrebatado ao paraíso e lá ouviu palavras inefáveis que nenhum homem consegue pronunciar” (vv. 2-4).

Paulo se distancia de sua experiência, ao atribuí-la a um terceiro anônimo a quem chama (lit.) “homem em Cristo” (pode se traduzir simplesmente por “cristão”). Ao invés, identifica-se depois na primeira pessoa com o fraco que padece (vv. 7-10; o v. 6 serve de transição).

Essa experiência extraordinária talvez seja a base de toda a vida missionária de Paulo. Deve ter acontecido no ano 42, na Síria ou na Cilícia (cf. At 11,25), cinco anos depois da conversão (ou fala da própria conversão, cf. Gl 1,15s). Paulo distingue o acontecimento no caminho a Damasco, a “aparição” do ressuscitado (1Cor 9,1; 15,8), das “visões e revelações” que teve depois (At 16,9; 18,9; 27,24).

Para que a extraordinária grandeza das revelações não me ensoberbecesse, foi espetado na minha carne um espinho, que é como um anjo de Satanás a esbofetear-me, a fim de que eu não me exalte demais (v. 7).

Não se sabe ao certo ao que Paulo se refere quando fala de “espinho na carne”. Trata-se talvez de alguma doença que multiplica as dificuldades de sua vida apostólica, talvez uma moléstia com acessos penosos e imprevisíveis, talvez a resistência dos israelitas, os irmãos de Paulo segundo a carne, à fé cristã (Rm 9,2-5); pode-se comparar com os “espinhos e escorpiões” de Ezequiel (Ez 2,6). Atribui-se a doença a (um anjo de) satanás como em Jó 1-2, ou seriam os obstáculos que satanás opõe a pregação do evangelho (1Ts 2,18).

A esse propósito, roguei três vezes ao Senhor que o afastasse de mim. Mas ele disse-me: “Basta-te a minha graça. Pois é na fraqueza que a força se manifesta”. Por isso, de bom grado, eu me gloriarei das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim. Eis porque eu me comprazo nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor a Cristo (vv. 9-10a).

Jesus garante no sermão da montanha: “Pedi e recebereis” (Mt 7,12). Mas o que pedimos, ou o que deveríamos pedir? “Não sabemos pedir como convém” (cf. Rm 8,26). Devemos pedir pelo reino e pela realização da vontade do Pai (Mt 6,10) ou em nome (sintonia com a pessoa) de Jesus (Jo 14, 13; 15,7.16; 16,23-26). Temos aqui um belo exemplo de pedido não atendido, ou seja, atendido obliquamente. Deus não reduz a carga, mas duplica as forças para levá-las: ver a súplica de Jeremias e a resposta de Deus (Jr 15,10-21). Assim Paulo aprende um princípio da transcendência: Deus demonstra seu poder usando instrumentos fracos; a fraqueza é o terreno em que a força de Deus age e se manifesta (ex. em Gedeão, cf. Jz 6,14-16 e 7,2-7). A ideia, se não a formula, é corrente nos salmos de súplica.

Pois, quando eu me sinto fraco, é então que sou forte (v. 10b).

Paulo reforça o ensinamento com um paradoxo lapidar. É na sua fraqueza que se manifesta a força de Deus.

 

Evangelho: Mc 6,1-6

Esta narrativa, na qual Jesus enfrenta a inesperada reação negativa dos seus conterrâneos, parece estar em continuação com o assunto de 3,21.31-35 (os familiares procurando Jesus), passando por sobre os capítulos 4 e 5, nos quais ele manifesta algo do seu mistério escondido (poder sobre a morte e os espíritos pagãos).

Jesus foi a Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga (vv. 1-2a).

Desde seu batismo no Rio Jordão, Jesus ainda não passou em Nazaré, onde se criou (cf. 1,9.14). Desta vez vem com seus discípulos. “Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga”, conforme seu costume (cf. 1,21-29; 3,1-6; 6,2; Lc 4,14-30; Jo 6,59; At 9,19; 13,14-43 etc.), provavelmente no culto depois da leitura bíblica (Is 6,1s em Lc 4,16-21).

Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: “De onde recebeu ele tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos? (vv. 2b).

O povo conhece de ouvido sua “sabedoria”, suas curas (“grandes milagres”) talvez de vista, mas se nega a tirar as consequências. Numerosos ouvintes “ficavam admirados”, mas não chegam a ter fé.

Para o povo de Nazaré, o empecilho para a fé é a humildade da encarnação: Deus feito homem, situado num contexto social. A imagem que os conterrâneos têm do messias-profeta não é compatível com os antecedentes familiares e profissionais de Jesus. Nazaré é um lugarejo sem importância (cf. Jo 1,46), então, “de onde ele recebeu tudo isso?” (v. 2)? Vem de Deus (cf. Sb 8,1; Is 11,1-2; Eclo 3,96-10) ou do diabo, como já disseram os mestres da lei (“Beelzebu” em 3,22; cf. Tg 3,15)?

Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?” E ficaram escandalizados por causa dele (v. 3).

“Este homem não é o carpinteiro,…?”, certamente não estudou na faculdade de teologia ou direito em Jerusalém ou em outra universidade. Nada na Bíblia indica que Jesus tenha estudado em outro lugar, por ex. na biblioteca famosa de Alexandria (Egito), ou viajado à misteriosa Índia como alguns queriam interpretar a lacuna na biografia de Jesus entre seus doze anos e a idade adulta (cf. Lc 2,42; 3,23). Os ensinamentos de Jesus têm fundo judaico, não outro.

Suas “mãos” são de operário, de artesão, agora realizam milagres de cura (v. 2d)? Ben Sirac comentou: “Aquele que está livre de atividades torna-se sábio. Como poderá torna-se sábio aquele que maneja o arado, … o carpinteiro … o construtor … o ferreiro, … o oleiro?” (Eclo 38,24-39,11). O messias-rei, o “Filho de Deus” (1,1) sujando as mãos com trabalho braçal? Mas foi assim que Jesus dignificou o trabalho, não como fardo para escravos (negação do ócio = “neg-ócio”), mas como atividade humana, colaboração na criação e edificação da sociedade. “Carpinteiro”, a palavra grega pode significar um operário com madeira ou com pedra ou metal; é possível pensar num construtor de casas.

“O filho de Maria e irmão de Tiago, José(t), de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?” (v. 3). A ausência da menção do pai é estranha, em se tratando de uma fórmula judaica. Não existia “nome de família”, o nome mais completo era a menção do pai ou do lugar (cf. 1,9.19; 2,14; 3,17-18; 10,35.46; 15,21.43.47; 16,1; Mt 13,55; 16,17; Lc 4,22; Jo 6,42) e, em caso de mulher, o nome do marido ou do filho (cf. Mt 20,20; 27,56; Lc 8,2s; Jo 19,25). Mas aqui bem como em 3,31-45; 10,29-30, Mc pode excluir o nome do pai ao pensar que o “Pai” de Jesus é Deus (8,38; 13,32; Abbá em 14,36). Deus é também o Pai dos discípulos (11,25; cf. 10,29-30). O evangelho de Mc nunca menciona José como pai de Jesus (cf. Lc 4,22; Jo 6,42 e Mt 1-2; Lc 1-2). Tudo indica que José já estava morto, mas a expressão “filho de Maria” pode ser também uma alusão ao nascimento virginal de Jesus (cf. Mt 1,16.18-25; Lc 1,26-38).

Os nomes dos irmãos são patriarcais (cf. Gn 35,23). A expressão “irmãos e irmãs” de Jesus (cf. 3,31-35) é interpretada de maneira diferente: para os católicos são apenas parentes; para os protestantes são outros filhos de Maria. A Tradução Ecumênica da Bíblia (p. 1882) anota: Na Bíblia, como ainda hoje no Oriente, a palavra irmãos pode designar tanto os filhos da mesma mãe, como parentes próximos (cf. Gn 13,8; 14,16; 29,15; Lv 10,4; 1Cr 23,22).

A própria Bíblia não decide a questão (não está escrito em nenhum trecho da Bíblia que Maria teve apenas um filho, nem está escrito que ela teve mais de um), mais é tradição da Igreja desde os primeiros séculos que Maria não teve outros filhos além de Jesus. A Igreja Católica considera como revelação divina não só a Bíblia, mas também a tradição da Igreja. O que reforça o dogma da Igreja Católica é a entrega da mãe no pé da cruz ao discípulo amado (Jo 19,26-27). Se existissem outros filhos de Maria, Jesus não precisava entregá-la aos cuidados de um discípulo.

Os conterrâneos “ficaram escandalizados”. Conforme a Bíblia, o “escândalo” não é um mau exemplo nem um fato revoltante, mas na língua grega, um obstáculo, uma armadilha, uma pedra de tropeço que faz cair (cf. Is 8,14s; 28,16; Mt 11,6p; Rm 9,33; 1Pd 2,8).

Jesus lhes dizia: “Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares”. E ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. E admirou-se com a falta de fé deles. Jesus percorria os povoados das redondezas, ensinando (vv. 4-6).

A resposta de Jesus (cf. a confissão de Jr 11,18-12,6) lamenta a falta de estima que um profeta goza “em sua pátria, entre seus parentes e familiares” (v. 4; cf. Jo 4,44). Esta rejeição de Jesus se repetirá em Jerusalém na condenação do tribunal supremo (sinédrio) e também na travessia da evangelização dos judeus para os pagãos (At 13,44-52; 18,5-6; cf. Lc 4,22-30 coloca o motivo da rejeição também na abertura da salvação aos pagãos). Os círculos de família, classe social e nação tendem a fechar-se. O amor de Deus, porém, não é individualista, classista, nacionalista, mas universal. É preciso abrir mão de privilégios e pré-conceitos produzidos nestes círculos. Jesus “se admirou com a falta de fé deles” (v. 5).

Bento XVI sublinhou a dimensão do êxodo na fé: acreditar em Deus é sair de si (cf. Gn 12,1: “sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai”). Papa Francisco quer uma Igreja missionária que “sai” às ruas, às periferias.

Sejam judeus ou pagãos, sem fé tem pouco êxito (cf. At 17,32-39). Para realizar milagres, é mister a fé das pessoas, “e ali não podia fazer milagres algum. Apenas curou alguns doentes, impondo as mãos.” Ainda bem que Maria tinha demonstrado tanta fé exemplar, dizendo sim à encarnação (Lc 1,38). A fé é graça, dom de Deus, mas é também nossa tarefa, aprofundar, compreender, aceitar e viver esta fé.

O site da CNBB resume: Muitas vezes, nós nos apegamos apenas à realidade aparente e colocamos a nossa confiança apenas em critérios humanos para a compreensão dessa realidade. Confiamos principalmente nas nossas experiências pessoais e no que as ciências modernas nos ensinam. Tudo isso faz com que tenhamos uma visão míope da realidade, fato que tem como consequência o endurecimento do nosso coração e o fechamento ao transcendente, ao sobrenatural e, principalmente, às realidades espirituais e eternas. Quando nos fechamos ao próprio Deus, simplesmente nos tornamos incapazes de ver sua presença no nosso dia a dia e dificultamos a sua ação, que visa principalmente o nosso bem.

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