15 de outubro de 2017 – 28º Domingo Ano A

1ª Leitura: Is 25,6-10a

A 1ª leitura foi escolhida em vista do evangelho de hoje que apresenta um grande banquete ao qual Deus convida. Ela faz parte dos caps. 24-27, chamados “Grande Apocalipse de Isaías”, porque pertencem a um gênero literário tardio (pós-exílio) formando uma escatologia ou descrição de um julgamento seguida da instauração de uma ordem definitiva. Retomando e aplicando concepções universalistas já difundidas em profecias anteriores (Is 2,2s; 56,6-8; 60,11-14; Zc 8,20; 14,16, etc.), o autor descreve a afluência dos povos a Jerusalém (cf. 2,1-5) como um imenso festim. A partir deste texto, a ideia de um festim messiânico tornou-se corrente no judaísmo e encontra-se no NT (Mt 22,2-10; Lc 14,14.16-24; Ap 19,9).

O Senhor dos exércitos dará neste monte, para todos os povos, um banquete de ricas iguarias, regado com vinho puro, servido de pratos deliciosos e dos mais finos vinhos (v. 6).

O banquete real deve acontecer depois da entronização em 24,23 de “Javé (Senhor) dos exércitos”. Este termo (6,3.5; 2Sm 6,18; Sl 24,10; 46,8 etc.) não só se refere aos exércitos de Israel em ordem de batalha (Jó 10,17; 1Sm 17,45s; Ex 12,51), mas também às constelações das estrelas (Gn 2,1; Is 40,26) e finalmente a todos os elementos e poderes do universo.

O poder de convidar muitos é sinal de poderio e riqueza (Est 1,3-8). O Senhor convida “todos os povos” a um banquete esplêndido, que se celebrará neste “monte” sagrado (no monte Sião em Jerusalém onde fica o templo, cf. 2,3s; 11,9s; 16,1; 18,7; 24,23; 27,13 etc.) dentro da tradição dos banquetes sagrados que acompanham os sacrifícios de comunhão nos dias de festa (cf. Ex 24,11; Dt 16,13-15; 1Sm 9,13; Ne 8,10-12; Is 55,1-5; 60,11.14; Zc 8,20-22; 14,16).

Ele removerá, neste monte, a ponta da cadeia que ligava todos os povos, a teia em que tinha envolvido todas as nações. O Senhor Deus eliminará para sempre a morte e enxugará as lágrimas de todas as faces e acabará com a desonra do seu povo em toda a terra, o Senhor o disse (vv. 7-8).

No banquete, dá presentes aos comensais. O primeiro é a sua presença e manifestação: antes, os povos estavam como cegos, cobertos; agora, “removerá … a coberta (teia)”, podem reconhecê-lo. O véu cobre os rostos (cf. 6,2.5; Ex 3,6; 33,20-23; 34,33-35; Lv 16,2; 1Rs 19,13) para impedir de ver e compreender (29,10-12; cf. 2Cor 3,13-18) ou, com mais frequência, como sinal de luto (2Sm 15,30; 19,5; Jr 14,3s; Est 6,12); assim no v. 8, o mesmo verbo: “removerá (eliminará)” a “morte”. A palavra grega apocalipse significa precisamente “retirada do véu” (cf. v. 7), sendo empregada a propósito da “revelação às nações” no Cântico de Simeão em Lc 2,32.

O segundo presente é extraordinário: aniquila a morte, a maldição original do homem (Gn 3,19), para que os convidados vivam “para sempre” com ele numa vida sem dor e sem lágrimas. O apóstolo Paulo aplica um versículo à vitória de Cristo sobre a morte (1Cor 15,54). O João do Ap 21,4 aplica estes vv. à vida eterna na Nova Jerusalém. O final de v. 8 reforça como assinatura que “o Senhor o disse”.

Naquele dia, se dirá: “Este é o nosso Deus, esperamos nele, até que nos salvou; este é o Senhor, nele temos confiado: vamos alegrar-nos e exultar por nos ter salvo”. E a mão do Senhor repousará sobre este monte (vv. 9-10a).

Os vv. 9-12 são um novo hino de vitória (cf. 24,16a; 12,1; 26,1). A batalha foi dura, porque a cidade resistiu com todos os seus meios. A salvação é a esperança cumprida. A aclamação de um novo rei era acompanhada de sacrifícios e banquetes (1Sm 11,15; 1Rs 1,15) e a fórmula “este é nosso Deus” pode se aproximar da aclamação do Senhor como Rei que se encontra em 24,23 (cf. Sl 93,1; 97,1; 99,1).

 

2ª Leitura: Fl 4,12-14.19-20

Ouvimos hoje o término da carta (exceto as saudações finais em vv. 20-23). No mesmo clima de alegria, o apóstolo quer agradecer ainda aos filipenses pelo auxílio recebido em Tessalônica, e agora trazido por Epafrodito (2,25-30). Pelo que consta, essa ajuda foi caso único. No mais, ele sempre fez questão de pregar na gratuidade e trabalhar para a própria manutenção (cf. At 18,3).

Ao mesmo temo, quer fazer profissão de independência e liberdade para sua missão apostólica. Tal subvenção recebida não lhe tira a liberdade, pois sua riqueza está em Deus. Embora esteja fraco e na prisão (1,7.13s.17), do Senhor recebe força para suportar qualquer coisa (cf. 2Cor 12,9s); antes falava de vida ou morte (1,20-25; 2,17; 3,10). A liberdade que Paulo busca não é simplesmente a autarquia dos filósofos estoicos, embora tenha pontos de contato com ela.

(Irmãos:) Sei viver na miséria e sei viver na abundância. Eu aprendi o segredo de viver em toda e qualquer situação, estando farto ou passando fome, tendo de sobra ou sofrendo necessidade (v. 12).

“Eu aprendi o segredo” lit. eu fui “iniciado”; termo próprio dos cultos de “mistérios”, cujo sentido aqui é simplesmente: eu aprendi uma coisa que nem todos sabem.

Tudo posso naquele que me dá força (v. 13).

Sem pronunciar lhe o nome, Paulo pensa em Cristo ressuscitado e na ação do “poder (força)” de Deus nele (cf. 3,10.21). Esta força pode ser o Espírito na pregação do apóstolo ou a força de resistir a doenças e provações e lutar pelo evangelho (cf. 1Cor 2,4; At 1,8; 2Cor 12,9).

No entanto, fizestes bem em compartilhar as minhas dificuldades (v. 14). 

Paulo estabeleceu um intercâmbio (v. 15: “relação de crédito”; lit. de dar e receber, ou: uma conta de “haver” e “dever”) de bens espirituais e materiais que se estabeleceu entre ele e os cristãos de Filipos (1,5: “comunhão”; cf. 1Cor 9,11). Essas doações são as únicas que ele consentiu aceitar para si. Depois da sua partida de Tessalônica, Paulo recebeu, sem dúvida, a ajuda deles em Coríntio (2Cor 11,8s).

Geralmente Paulo se recusava a aceitar tais compensações, embora as considera legítimas (1Cor 9,6-14; Gl 6,6; 2Ts 3,9, cf. Lc 10,7). Preferiu trabalhar com as próprias mãos para provar seu desinteresse (At 18,3; 20,33s; 1Cor 4,12; 9,15-18; 2Cor 11,7-12) e evitar a suspeita de fazer da pregação um negócio e se enriquecer com donativos. Só fez exceção para os seus queridos filipenses.

A Bíblia do Peregrino (p. 2823) comenta: Como princípio geral, Paulo preferiu não receber para si, para não ser um peso e para conservar a independência. Mas seria outra dependência atar-se rigidamente a esse princípio. Ao contrário, sabe recusar e sabe receber, segundo as circunstâncias.

Cf. no AT: Abraão recebe do Faraó, mas recusa do rei de Sodoma (Gn 12,16 e 14,22-24); Eliseu aceita da sunamita e recusa de Naamã (2Rs 4,9-10 e 5,16).

O meu Deus proverá esplendidamente com sua riqueza a todas as vossas necessidades, em Cristo Jesus (v. 19).

Para Paulo, sai ganhando quem dá (At 20,35, citado por Paulo como frase de Jesus). Quem dá, receberá de Deus a paga com juros acrescidos (cf. Dt 15,1-11; Eclo 29,11-13).

“O meu Deus proverá” (na tradução latina da Vulgata: “assim meu Deus proveja”; cf. Gn 22,14 grego) “esplendidamente”, lit. “em glória”; alguns o entendem da glória celeste; outros traduzem: “segundo a riqueza da sua glória”.

Ao nosso Deus e Pai, a glória pelos séculos dos séculos. Amém (v. 20).

Os autores do NT adotam as bênçãos e doxologias de Israel (Gn 14,19s; Sl 41,14), chamando, porém, frequentemente a Deus de Pai (Gl 1,4s; Fl 4,20; Ap 1,6; cf. Rm 11,36; 1Tm 1,17; 6,16; 2Tm 4,18) e incluindo Jesus Cristo (Rm 9,5; 16,27; 1Cor 8,6; Ef 3,21; Hb 13,21; 1Pd 4,11; 2Pd 3,18; Jd 25). As doxologias posteriores na Igreja o mais das vezes nomearão as três Pessoas da Santíssima Trindade.

Evangelho: Mt 22,1-14 (ou vv. 1-10)

O evangelho de hoje sobre o banquete nupcial é uma parábola que tem paralelo em Lc 14,16-24; aliás, os dois textos são tão diferentes que há quem duvide se tenham eles origem no mesmo relato (na fonte Q). Contudo, apesar das diferenças, trata-se de fato, em Mt e Lc, da mesma parábola, com a mesma ponta polêmica. Mt, porém, a inseriu após a parábola dos vinhateiros assassinos (21,33-43p, cópia de Mc) e a modificou para ter vários pontos em comum: a menção do reino, o rei, o filho, o envio duplo dos empregados que são maltratados e assassinados e cuja morte provoca o castigo dos ímpios.

O texto se compõe de dois trechos: A parábola dos convidados ao casamento (vv. 1-10) e um acréscimo próprio de Mt sobre o traje para o banquete (vv. 11-14). Na primeira parte, Mt introduziu um episódio bélico (vv. 6-7). A primeira parte da parábola pode se referir ao destino do povo judeu e à vocação dos pagãos (repetindo o esquema da parábola precedente dos vinhateiros assassinos); a segunda se dirige à comunidade cristã. Uma interpretação mais diferenciada vê nos empregados os missionários cristãos que pregam aos judeus até a destruição de Jerusalém (70 d.C.); vem a seguir a pregação aos pagãos, que se encerra com uma visão escatológica. A parábola é contada e lida no tempo da Igreja, apesar de colocada na etapa final de Jesus.

Jesus voltou a falar em parábolas (aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo), dizendo: “O Reino dos Céus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do seu filho. E mandou os seus empregados para chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram vir (vv. 1-3).

Desde 21,23, Jesus fala aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, agora a terceira parábola. O “rei”, lit. “um homem rei” (em Lc 14,16, nem rei, nem casamento, apenas “um homem estava dando um grande jantar”). O AT e o judaísmo tinham o hábito de falar de Deus como de um rei. “A festa de casamento”, lit. “bodas”, no plural, porque as festividades estendiam-se por vários dias. Como tantas vezes na Bíblia, as bodas são símbolo da alegre e definitiva comunhão de Deus com o seu povo (cf. 9,15p; 25,1-12 etc.).

A Bíblia do Peregrino (p. 2369) comenta:

A introdução deixa aparecer um símbolo de grande alcance, que se mantém como fundo do relato: o convite visa sempre a um casamento. É o símbolo do Messias esposo, próprio do NT (Jo 1-3; 2Cor 11,2; Ef 5; Ap 19 e 22 etc.), prefigurado no símbolo nupcial entre Yhwh e Jerusalém ou a comunidade (Os 2; Is 1,21-26; 49; 54 etc.). 

O rei pai representa obviamente Deus, e Jesus é seu filho, príncipe herdeiro (não pode ser sucessor; cf. Sl 45). Não se menciona a noiva (cf. 25,1-13), cujo lugar, com menor coerência, os convidados ocupam (o autor precisa de um plural). O banquete expressa a alegria do casamento; representa a participação da Igreja e aponta para a consumação escatológica (cf. Is 25,6-8; Mt 26,29; Ap 19,9). Os enviados sãos os profetas e, no horizonte eclesial de Mateus, os pregadores do evangelho.

O rei mandou outros empregados, dizendo: ‘Dizei aos convidados: já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram abatidos e tudo está pronto. Vinde para a festa!’ Mas os convidados não deram a menor atenção: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios, outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram. O rei ficou indignado e mandou suas tropas para matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles (vv. 4-7)

Nesta parábola, o acento não é posto no filho, mas na recusa do convite pelos primeiros convidados. Eles tinham sido convidados com antecedência e deviam esperar a convocação, isto é, sinal que lhes anunciasse que as festas estavam para começar. Em Lc 14,17, apenas um servo é enviado; em Mt, são dois envios de vários servos (como na parábola precedente) e uma descrição do banquete abundante (cf. Pr 9,2s; cf. Is 25,6; 1Rs 1,9). O chamado lembra às vocações (4,12p; 9,13p; ao reino em 1Ts 2,12).

Enquanto em Lc 14,18-20, o acento é posto em três diferentes desculpas, aqui em Mt se rompe a lógica do relato: nos vv. 6-7, Mt introduz uma violência não justificada dos convidados (em lugar da terceira desculpa), reúne os culpados numa cidade e menciona uma expedição militar. Em 21,35, os empregados maltratados são profetas; em 23,34 são missionários cristãos.

“Mandou suas tropas para matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles”. Neste v. 7 se vislumbra a destruição histórica de Jerusalém (com o incêndio do templo) pelos romanos no ano 70 d.C., mas também é descrição típica do julgamento divino no AT (Jz 1,8; 2Sm 12,26ss; 1Mc 5,28; Is 5,24s); a narrativa paralela de Lc 14,21 a ignora (mas Lc tem outras alusões a destruição de Jerusalém, cf. Lc 19,43s; 23,28-30). Mt e Lc escrevem por volta de 80 d.C., independentemente um do outro. Ou os vv. 6 e 7 de Mt foram acrescentados à parábola original depois da destruição de Jerusalém, ou toda a parábola tomou forma depois de 70.

Em seguida, o rei disse aos empregados: ‘A festa de casamento está pronta, mas os convidados não foram dignos dela. Portanto, ide até às encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes’ (vv. 8-9).

A festa não será cancelada, o convite para o reino continua: “Portanto, ide” antecipa o envio dos apóstolos a todos os povos em 28,19.

É provável não se tratar de “encruzilhadas” no interior da cidade ou das aldeias, mas de pontos de junção, no exterior da cidade, das diversas estradas ou veredas oriundas do campo; em Nm 34,4-6, a palavra tem o sentido de limite exterior de um território. Este pormenor do texto insiste na universalidade do último convite às bodas. No paralelo em Lc 14,21-23, o dono da festa manda convidar os pobres, os estropiados, os cegos, os coxos e, em seguida, qualquer outra pessoa que se pode encontrar pelos caminhos.

Então os empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados (v. 10).

Aqui terminava a parábola original (cf. Lc 14,23). Mt acrescenta “maus e bons”; para ele, a Igreja (assembleia dos convidados) é um corpo misto de bons e maus (cf. a parábola do trigo e do joio em 13,24-30.36-43).

Estas palavras aludem, quer ao fato de bons e maus se acharem misturados no Reino, antes do juízo final (13,37-43; cf. 7,17s), quer, mais provavelmente, à graça de Deus, que convida à alegria do Reino todos os homens (cf. 5,45), e muito especialmente os pecadores (cf. 9,9-13).

Aqui, “maus e bons” entende-se em sua conduta precedentes (Pr 15,3). A nova chamada não se baseia em méritos adquiridos. Esse dado serve para enganchar a cena acrescentada.

Quando o rei entrou para ver os convidados, observou ali um homem que não estava usando traje de festa e perguntou-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?’ Mas o homem nada respondeu. Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrai os pés e as mãos desse homem e jogai-o fora, na escuridão! Ali haverá choro e ranger de dentes’ (vv. 11-13).

A conexão dos vv. 11-13, próprios de Mt, com o que precede, é difícil. O rei entra, mas não se fala mais do banquete e sim da vistoria dos convidados que é uma alusão ao juízo final. Como alguém que vem de fora e foi convidado pelo caminho, poderia chegar com uma veste especial? O AT fala de trajes de festa como presentes (Gn 45,22; Jz 14,12; 2Rs 5,22), mas não se conhece um costume de entregar um traje aos convidados na entrada da festa. Devemos pensar numa metáfora, algo pelo qual o convidado é responsável.

Seria esta veste nupcial o símbolo da fé, da alegria, da salvação ou da justiça, isto é, das boas obras cuja importância Mt sublinha continuamente (5,16-20; 7,21ss; 25,41ss)?  O contexto recomenda esta última interpretação. O convite é gratuito, mas é também exigente.

A Bíblia do Peregrino (p. 2369) comenta: Não obstante, o salto é violento e exige do leitor colocar-se na situação da Igreja. O traje vai simbolizar sua conduta de acordo com o chamado e a função (cf. Ap 15,6; Is 61,10). A exclusão do reino, fato negativo, é representada pela imagem das trevas, que podem ser as da morte (Jó 10); o pranto é a reação do excluído, contraposta à alegria da festa.

“Haverá choro e ranger de dentes” é uma expressão bíblica que significa o despeito e a ira dos ímpios à vista da felicidade dos justos (cf. Jó 16,9; Sl 35,16; 37,12; 112,10; Lm 1,2; Mt 13,4s.50; 22,13; 24,41; 25,30).

Por que muitos são chamados, e poucos são escolhidos” (v. 14).

Como em 20,16, a parábola termina com uma sentença apocalíptica, outra resposta à pergunta quem será salvo (19,16.25). Este v. 14 serviria melhor de conclusão aos vv. 1 a 10 do que aos vv. 11-13. Antes que uma alusão aos judeus, convidados primeiro a salvação, mas agora excluídos por recusarem Cristo, este v. enigmático seja uma advertência para nós, de acordo com os vv. 11-13, visando aos que abusam do convite gratuito de Deus e são finalmente rejeitados, postos “fora” do Reino.  Seu paralelo mais próximo está no livro apócrifo de 4Esd 8,3: “Muitos são criados, e poucos são salvos”.

A experiência mostra: pela Igreja, Deus quer chamar a todos, mas poucos correspondem ao chamado; a maioria prefere os negócios, o trabalho, projetos individuais e outras coisas à alegria da festa do reino. A própria Igreja é mista de bons e maus, santos e pecadores. Deus tem a última palavra, mas o ser humano tem liberdade e responsabilidade para corresponder ao chamado com suas obras da justiça e da misericórdia.

O site da CNBB comenta: A proposta de Jesus é feita para todas as pessoas de boa vontade, mas exige resposta incondicional e adesão aos valores do Reino e ao seu projeto. Muitos valores da sociedade atual apresentam-se como concorrentes aos valores do Reino e fazem com que outras escolhas sejam possíveis, assim como a possibilidade de rejeição do projeto de Cristo. Mas também acontece que algumas pessoas dão a sua adesão ao projeto de Jesus, no entanto se tornam pessoas divididas porque não conseguem deixar os valores anteriores e a suas vidas são caracterizadas pela duplicidade. Essas pessoas participam do banquete, mas as suas vestes não são apropriadas.

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