07 de janeiro de 2017 – Sábado

Leitura: 1Jo 5,14-21

Como no evangelho (Jo 21), à conclusão (v. 13; Jo 20,31) segue-se uma nota adicional. Este final da carta apresenta quatro certezas, “(nós) sabemos…” (vv. 15.18.19.20), e recapitula vários temas: vida, espírito, mundo, maligno, pecado, confiança (fé), Filho de Deus, filhos de Deus.

Esta é a confiança que temos em Deus: se lhe pedimos alguma coisa de acordo com a sua vontade, ele nos ouve. E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que lhe pedimos, sabemos que possuímos o que havíamos pedido (vv. 14-15).

A primeira certeza se refere à oração e se chama confiança, baseada na fé e na conformidade à vontade divina: “de acordo com a sua vontade” (cf. 3,22; Jo 14,13; 15,7; 16,24; Mt 7,7; 21,22; Mc 11,24; para exemplo de Cristo: Jo 11,41s; Mc 14,36). Preocupado unicamente em obedecer aos mandamentos de Deus e atento o que lhe agrada, o crente não pode pedir mais coisa alguma que não corresponde à vontade divina. Em tal oração, Deus reconhece seu Espírito (Rm 8,26s).

Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não conduz à morte, que ele reze, e Deus lhe dará a vida; isto, se, de fato, o pecado cometido não conduz à morte. Existe um pecado que conduz à morte, mas não é a respeito deste que eu digo que se deve rezar. Toda iniquidade é pecado, mas existe pecado que não conduz à morte (vv. 16-17).

Pelo termo “vida”, o pedido de oração pelo irmão une-se aos vv. 11-13 (cf. leitura de ontem), pela súplica à intercessão de 2,1. É segundo a vontade de Deus que quer que o homem se converta e viva (Ez 18,23.32). Contudo há casos em que Deus rejeita a intercessão porque já deu a sentença irrevogável da morte (Jr 14,11-15,2). Morte designa aqui a morte escatológica da alma, a “segunda morte” (Ap 2,11; 20,6.14; 21,8). Existe pecado, que não conduz à morte (cf. Dt 22,26) e “existe um pecado que conduz à morte”. Este último pode ser apostasia (abandonar a fé) ou, no contexto da carta, a “iniquidade”, ou seja, a heresia que divide Jesus (separa o homem Jesus do Cristo espiritual; cf. 4,3 e o comentário de segunda-feira passada), intercepta o acesso à comunhão com Deus e conduz à ruína espiritual definitiva (Mt 12,31-32p: a “blasfêmia contra o Espírito Santo”; cf. Hb 10,26-31).

Sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca; aquele que é gerado por Deus o guarda, e o Maligno não o pode atingir (v. 18).

Três versículos (vv. 18.19.20) começam por “(nós) sabemos”. O v. 18 fala da segunda certeza: a incompatibilidade entre pecado e filiação divina (cf. 3,6.9; Jo 1,12s). “Aquele que é gerado por Deus” é Jesus, o Filho de Deus (cf. Credo niceno-constantinopolitano: “gerado do Pai antes de todos os séculos, … gerado, não criado”). Ele guarda do Maligno (cf. Jo 17,15; Jd 1) os que têm sido gerados por Deus, os filhos de Deus (3,1), os que crêem (5,1), praticam a justiça (2,29) e o amor (3,10; 4,7)

Nós sabemos que somos de Deus ao passo que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno (v. 19).

A terceira certeza é que “somos de Deus” (v. 9; 4,4.6; cf. Jo 8,47), mas “o mundo inteiro está sobre o poder do maligno” (cf. 2,16; Jo 12,31; 14,30; 16,11); em Jo 14,14-17 temos a mesma sequência: não ser do mundo, guardar do maligno, consagrar pela verdade (cf. vv. 18-20).

Nós sabemos que veio o Filho de Deus e nos deu inteligência para conhecermos aquele que é o Verdadeiro. E nós estamos com o Verdadeiro, no seu Filho Jesus Cristo. Este é o Deus verdadeiro e a Vida eterna (v. 20).

A quarta certeza é a encarnação do Filho de Deus que veio e nos revelou o Deus verdadeiro (Jo 1,18; 8,31s; 14,6; 17,3; 1Ts 1,9; Ap 3,7): “nos deu inteligência para conhecermos aquele que é o verdadeiro”. Esta inteligência designa a faculdade de “conhecer” a Deus, isto é, entrar em relação pessoal (amar), viver em comunhão com ele e guardar o mandamento do amor fraterno (cf. 2,3). É o equivalente do coração novo (Ez 11,19; 36,26) ou ainda do fundo do ser (Jr 31,33) no qual Deus escreverá sua lei no tempo da Nova Aliança. O fato de que Deus nos tenha dado este entendimento significa que em Cristo este tempo chegou (cf. 2Cor 3,3; Rm 8,14; Cl 1,10; Ef 1,8.17-18). A repetição da palavra “o verdadeiro” convida para tornar este termo como substantivo e pode-se traduzir também “Jesus Cristo, ele é o Verdadeiro, é Deus e a Vida eterna” (cf. 1,2; Jo 1,1.5; 11,25; 14,6; 20,28; Ap 3,7.14; Rm 9,5).

Filhinhos, guardai-vos dos ídolos (v. 21).

O final, a última advertência (“guardai-vos dos ídolos”) parece fora do contexto, mas é causada pela lembrança do único Verdadeiro que conhecemos em oposição aos ídolos, os falsos deuses. Na profecia sobre uma nova aliança em Ez 11,19-21; 36,25-26, como aqui, o novo entendimento (coração novo, espírito novo) está ligado à destruição dos ídolos: o novo Israel deve ser deles purificado pelo Espírito de Deus. Os ídolos são deuses falsos, mentiras, podem designar o paganismo, ou então os “ídolos de coração” (Qumrã) que afastam da fé e do amor ou, nesta conclusão da carta, o ensinamento dos hereges anticristos (2,18s.22; 4,1-3), realidade tentadora da qual o homem fabrica para si uma divindade de mentira a qual seu coração se prende (Ez 11,21) e que corrompe a sua fé. Assim o conjunto do epílogo retoma o tema fundamental da Nova Aliança (cf. 1Cor 11,25; Mc 14,24p; Jr 31,31-34). A Bíblia latina (Vulgata) acrescentou: Amém.

Evangelho: Jo 2,1-11

Ouvimos hoje um episódio do evangelho de João, o casamento em Caná. Na origem da festa da epifania (manifestação do Divino) estavam três conteúdos juntos: os três reis magos que adoram o menino Deus, o batismo de Jesus que o revela o Filho de Deus e o casamento de Caná como primeiro milagre que “manifestou sua glória” (v. 11). As igrejas orientais (ortodoxas e outras) ainda celebram estes três temas juntos, enquanto na Igreja Católica é uma sequência: Epifania (reis magos), Batismo do Senhor (encerra o tempo do Natal e, ao mesmo tempo, já conta como 1º Domingo do Tempo Comum) e o 2º Domingo do Tempo Comum do Ano C, com o milagre em Caná. O evangelho de hoje é lido também na festa de Nossa Senhora Aparecida como exemplo da intercessão da mãe de Jesus.

Uma festa de casamento na aldeia é o episódio que sustenta um sistema de símbolos. O casamento é um momento festivo que costuma congregar muitas pessoas. No evangelho como livro, o relato se dirige ao grande círculo de discípulos fieis. Na transformação da água em vinho acontecida em Caná simboliza provavelmente a passagem da Antiga à Nova Aliança (um salto de qualidade, cf. Mc 2,18-22p).

(Naquele tempo) houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento (vv. 1-2).

Nossa introdução costumeira na liturgia “Naquele tempo” substituiu o texto original: “No terceiro dia houve um casamento…”. No contexto são três dias depois do encontro com Filipe e Natanael (1,43), e contando desde o chamado de André (1,35ss) já é o sexto dia, que é o dia da criação do homem e da mulher (Gn 1,26-31). O evangelho abre-se desse modo com uma semana completa contada quase dia por dia (1,29.35.43; 2,1) e conclui-se com a manifestação da glória de Jesus. A “festa” pode ser também uma alusão à eucaristia (vinho) e o “terceiro dia” à ressurreição de Jesus (cf. Mc 14,25p).

A festa de casamento sustenta e unifica os símbolos. No AT, o matrimônio é símbolo frequente do amor de Javé pela comunidade, muitas vezes personificada na capital de Jerusalém: “Como um jovem se casa com uma donzela, assim te desposa aquele que te construiu”, lemos na 1ª leitura de hoje (Is 62,5; cf. Os 2-3; Is 1,21-26; 5,1-7; 49; 54; 62,1-9; Ez 16; Br 4-5). No NT, o casamento é símbolo da união do Messias com seu povo, a Igreja: “Esse mistério (símbolo/sacramento) é magnífico, e eu o aplico a Cristo e a Igreja… Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Ef 5,32-33.25; cf. Mt 22,1-14; 25,1-13; 2Cor 11,1-4; Ap 12; 19,7-9; 21,2).

Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou.” Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser” (vv. 3-5).

O vinho era a bebida comum em refeições especiais e simboliza a alegria da festa. O símbolo de Israel era a vinha e a videira (cf. Os 10,1; Is 5,1-7; 27,2-5; Jr 2,21; 5,10; 6,9; 12,10; Ez 15,1-8; 17,3-10; 19,10-14; Sl 80,9-19; Mc 12,1-12p; Mt 21,28-32; Jo 15,1-6).

No império romano, o vinho destronou a cerveja como bebida alcoólica preferida (a cerveja ainda não tinha o sabor atual, faltava o lúpulo que os mosteiros acrescentaram no séc. VIII d.C.). O vinho é símbolo da alegria e também do amor: “Tua boca é um vinho generoso” (Ct 1,2.4; 2,4; 4,10; 7,10; 8,2), e se anuncia como dom messiânico: “Plantarão vinhedos e beberão seu vinho” (Am 9,13-14; Os 14,7; Jr 31,12; Is 25,6; 62,9). É além disso símbolo do Espírito (At 2,15s). Acabar o vinho é sinal trágico: “Já não bebem vinho entre canções, e o licor tem sabor amargo para quem o bebe” (Is 16,9-10; 24,9; Jl 1,10).

O Evangelho apresenta o primeiro milagre de Jesus a partir de uma situação de carência; é o mesmo gênero de milagres na multiplicação dos pães e dos peixes que termina na abundância (6,1-15; 21,1-14; Mc 6,30-44p; cf. Jo 10,10).

Qual é o papel de Maria? Não é ela que faz o milagre (este só Deus pode fazer), mas intercede (roga por nós) na situação de carência e indica a solução (fazer a vontade de Deus obedecendo à palavra de Jesus).

Em Jo, Maria está presente ao primeiro milagre, que revela a glória de Jesus, e encontra-se novamente no pé da cruz (19,25-27). Vários dados se correspondem nas duas cenas: O narrador a chamou “mãe de Jesus”; Jesus a chama “mulher”. Este tratamento insólito de um filho para com sua mãe repete-se em 19,26, onde o seu significado se esclarece como reminiscência de Gn 3,15.20 (Maria é a nova Eva, “a mãe dos viventes”).

“Mulher, por que dizes isto a mim?” lit. “que há entre mim e ti?”; é um semitismo bem frequente no AT (Jz 11,12; 2Sm 16,10; 19,23; 1Rs 17,18; etc.) e no NT (Mt 8,29; Mc 1,24; 5,7; Lc 4,34; 8,28), empregado para rejeitar uma intervenção que se julga inoportuna, ou então para demonstrar a alguém que não se deseja relacionamento algum com ele. Somente o contexto poderá indicar o sentido mais exato. Aqui Jesus objeta a sua mãe que “a hora ainda não chegou” (palavra-chave em João, sobretudo apontando para a paixão e glorificação: 4,21; 5,25; 7,30; 8,20; 12,23.27; 13,1; 16,2.32; 17,1). Mais que repreensão, a frase parece um convite a não intrometer-se no assunto. Não cabe a Maria definir os tempos nem as ações de Jesus. Fixada pelo Pai, a hora de Jesus não deveria ser antecipada. O milagre conseguido com a intercessão de Maria será, no entanto, seu anúncio simbólico.

No casamento, ela é uma convidada importante com autoridade, traslada os criados ao serviço de Jesus (como o faraó a propósito de José em Gn 41,55). No casamento prefigurado deste e segundo a tradição bíblica, ela é a mãe do noivo: “com a coroa que lhe cingiu sua mãe, no dia do seu casamento, dia de festa de seu coração” (Ct 3,11; Sl 45,10; 1 Rs 1,16.28; Jr 22,26). Podemos entendê-la como mãe do noivo (messias) da Nova Aliança. Com ela e seus discípulos, Jesus se retirará no final a Cafarnaum (v. 12).

Na Vida Pastoral (jan./fev. 2016), Luiz Alexandre Solano Rossi comenta: Maria é a mãe de Jesus, mas também se apresenta como sua discípula. Maria vive para Jesus não apenas porque ele é seu filho, mas porque é sabedora de que ele é o Filho de Deus e o Salvador do mundo. Dessa forma, a primeira das discípulas dá o tom do que vem a ser o verdadeiro discipulado: fazer a vontade de Jesus.

Muitos cristãos desejam a vida de Cristo sem o discipulado. Querem tudo quanto Jesus pode dar, desde que não haja o seguimento e o compromisso. Na verdade, amamos Jesus e tudo quanto ele fez por nós, porém nos incomodamos com aquilo que ele nos manda fazer.

A expressão de Maria revela-nos uma verdade singular: Jesus sempre se apresenta na relação conosco como Senhor e, consequentemente, deveríamos fazer tudo quanto ele nos ordena. Às vezes temos a tendência, e em muitos casos a pretensão, de inverter essa situação e, dessa forma, apresentar-nos como aqueles que determinam o que Jesus pode ou não fazer em relação a nós. Às vezes, observando o comportamento de muitos cristãos, temos a vívida impressão de que Jesus foi transformado num servo requintado que está à disposição deles.

Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a boca. Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala”. E eles levaram. O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água (vv. 6-9).

“Mais ou menos cem litros”, lit. “duas a três medidas”, cerca de 40 litros por medida. O mestre-sala faz o papel de testemunha involuntária do prodígio: a água das abluções (Mc 7,3-4) não traz o amor e a fecundidade. Ele não sabia “de onde”: aponta ao ministério da origem de Jesus e de seus dons (4,11; 7,27; 8,14).

O que significa esta enorme quantia de vinho que dá para embriagar muita gente (cerca de 600 litros de vinho)? Nos casamentos da roça, muitas pessoas participam (a aldeia inteira). Mas além disso, Jesus veio “para que tenham vida e a tenham em abundância”. Como o vinho é símbolo de alegria e amor, pode-se dizer que Jesus e Maria trazem de volta a alegria que começou a faltar num casamento e na vida das pessoas (não só na hora da celebração), e será uma alegria infinita e de melhor qualidade.

O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!” (v. 10).

A mudança de água em vinho simboliza a passagem da velha à nova economia. O vinho novo é o vinho melhor (cf. Lc 5,39 que reflete a resistência dos judeus), o amor de Deus “melhor que o amor” dos dois humanos (Ct 1,2.4).

Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele (v. 11).

O versículo final define o fato: é o “primeiro sinal”, portanto deve ser lido como cabeça de uma serie; é manifestação da glória de Jesus (glória do Filho único do Pai, segundo 1,14), como gesto de poder e de “bondade”; pelo sinal, os discípulos “creem” em Jesus. Em Caná, ele fará também o segundo sinal (cura à distância), encerrando um ciclo (4,54).

Os evangelhos sinóticos (Mc, Mt e Lc) tinham reservado o uso da palavra “sinal” (semeia) aos grandes pródigos que deviam caracterizar a inauguração do tempo messiânico (Mc 8,11s; Mt 12,38; 16,1-4; Lc 11,16.29), por contraste designavam os milagres como atos de “poder”  (dynamis). Jo retoma uma concepção do AT (Is 66,19) e considera os milagres como gestos simbólicos que devem indicar que em Jesus se realiza o acontecimento escatológico e divino.

Todo profeta devia provar a autenticidade de sua missão por meio de “sinais”, isto é prodígios realizados em nome de Deus (Is 7,11; cf. Jo 3,2; 6,29.30; 7,3.31; 9,16.33); esperava-se especialmente do Messias que ele renovasse os prodígios de Moisés (1,21). Jesus realizou, pois, ”sinais” para incitar os homens a crerem em sua missão divina (2,11.23; 4,48-54; 11,15.42; 12,37; cf. 3,11), porque essas obras testemunham que Deus o enviou (5,36; 10,25.37), que o Pai está nele (10,30), com o poder de sua gloria (1,14). O pai é quem realiza essas obras (10,38; 14,10). Muitos, no entanto, recusam a crer (3,12; 5,38-47; 6,36.64; 7,5; 8,45; 10,25; 12,37). O pecado deles permanece (9,41; 15,24; cf. Mt 8,3). No evangelho de João contamos sete “sinais”, ou seja, Jesus realiza sete milagres (cada vez maiores; o sétimo é a ressurreição de Lázaro quatro dias após a morte).

O maior sinal de Jesus, porém, será quando “chegar sua hora” de dar sua própria vida (seu sangue, sacramento do vinho) na cruz e ressuscitar “no terceiro dia” para vida em abundância e alegria sem limites.

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