16 de janeiro de 2018 – Terça-feira, 2ª semana

Leitura: 1Sm 16,1-13

A leitura de hoje nos apresenta a eleição e a unção de Davi, personagem principal dos livros de Samuel e antepassado do messias (cf. Mt 1,1-17). A narração da sua vida ocupa 42 capítulos nas livros 1-2Sm e 1Rs (além de 18 cap. nos livros de 1-2Cr). Estes livros pertencem a história deuteronomista: retomando tradições orais, os redatores na época do rei Josias (rei de Judá em 640-609 a.C., cf. 2Rs 22-23) queriam exaltar a casa real (casa/dinastia de Davi) e glorificar o ancestral Davi em detrimento de tradições do norte (Saul); na época pós-exílica ainda houve acréscimos por uma redação sacerdotal.

A Bíblia do Peregrino (p. 518s) comenta sobre a figura de Davi nos próximos capítulos:

Davi é uma das grandes figuras da história de Israel, figura ao mesmo tempo militar, política e religiosa. É o começo de uma nova eleição, de uma instituição salvadora estável; sua lembrança será terreno em que se descobre e amadurece a esperança messiânica.

                Por isso Davi é uma figura exaltada e idealizada, formada pela história e pela lenda, pela memória e pela fantasia, sem que seja hoje possível separar com rigor seus componentes. Provavelmente muito cedo começaram formar-se diversas tradições sobre a vida e suas façanhas, que o autor do nosso livro não pôde descartar, nem conseguir harmonizar. O Davi guerreiro e o Davi músico produzem duas versões da sua chegada à corte da Saul; o Davi pastor e o capitão se harmonizam em etapas sucessivas. 

                A esses fios narrativos, soltos ou trançados foram, foram se sobrepondo novas variações ou complementos, segundo a reflexão teológica da escola que elaborava os textos já existentes. Assim, encontramos um Davi teólogo que, no meio da ação narrativa, revela em sábios discursos o sentido religioso dos eventos.  

                Por trás de simplificações de um olhar distante, por entre a ornamentação épica ou lírica, se entrevê uma vida de risco que desemboca no trono e numa dinastia estável. Esse processo, pensam os autores, foi assumido e dirigido por Deus para salvar seu povo. Por isso é legítimo marcar o conjunto dos fatos com duas narrações iluminadoras: a eleição inicial de Deus, incluída a unção antecipada, e a profecia de Natã, referendando a nova monarquia. Essa maneira de projetar para o passado e para o futuro mostra a visão superior dos autores bíblicos… Em suas palavras revela-se a salvação que foi se realizando nos fatos.

                Sobre os valores artísticos das perícopes se destaca o jogo contrastado dos personagens: Saul, antagonista indeciso e arbitrário, lentamente devorado pela inveja e pela suspeita; Jônatas, dividido entre piedade filial e a amizade. Entretanto, Samuel se retira discretamente, para que seus personagens ocupem todo o cenário…

O episódio da leitura de hoje, a unção de Davi (16,1-13), parece vir da tradição profética, e está desligado da continuação da história; Davi foi ungido rei em Hebron pelos anciãos de Judá (2Sm 2,4) e depois como chefe de Israel pelas anciãos de todas as tribos (2Sm 5,3), mas a unção relatada na leitura de hoje não será mais mencionada (segundo 17,28 e apesar de 16,13, seu próprio irmão Eliab a ignora). Como o cap. 9 para Saul, a narrativa serve de prefácio (introdução) à história da “ascensão” de Davi.

É doutrina clássica que Davi foi eleito expressamente pelo Senhor. A primeira aparição de Davi no livro já se enquadra nessa doutrina, graças ao recurso literário da antecipação: a unção, que provavelmente veio sancionar um processo já adiantado, coloca-se na primeira juventude ou adolescência. Davi é ungido rei enquanto o velho rei Saul ainda vive (cf. 1Sm 31) e sem Saul sequer saber, um truque genial do narrador que deixa o leitor tomar partido por Davi e parecer o ciúme e as ações de Saul irracionais.

A Nova Bíblia Pastoral (p. 319) comenta: Davi não pertence à casa do primeiro rei. Saul é da tribo de Benjamim, e Davi é de Judá. Então, como será possível Davi chegar ao trono? Por isso, um objetivo dos trechos seguintes, que reúnem várias tradições, é justificar a chegada de Davi ao poder. A expressão mais comum é esta: “Javé estava com ele”. Em contrapartida, Saul é apresentado como deficiente mental abandonado por Javé.

O Senhor disse a Samuel: “Até quando ficarás chorando por causa de Saul, se eu mesmo o rejeitei para que não reine mais sobre Israel? Enche o chifre de óleo e vem, para que eu te envie à casa de Jessé de Belém, pois escolhi um rei para mim entre os seus filhos” (v. 1).

Deus rejeitou Saul porque não obedeceu a sua ordem (cf. 15,26.36). Os verbos rejeitar e escolher se opõem: em 10,21-24, Samuel disse que o Senhor escolheu Saul (pelo sorteio); em outras duas ocasiões diz que foi o povo. No caso de Davi, o Senhor toma a iniciativa (cf. Sl 89,21), Samuel é o executor oficial, o povo não conta. Na eleição de Saul a iniciativa foi dos israelitas, viciada desde o começo, que foi aceita por Deus apenas como concessão tolerante (cap. 8). No caso de Davi, o Senhor aceitou o regime monárquico e a toma nas próprias mãos.

A função de “escolher/ungir reis” se prolongará em outros profetas, como Natã (1Rs 1,34), Aías de Silo (1Rs 11,29-39), Elias (1Rs 19,15s), Eliseu (2Rs 9,1-10). Em Jerusalém, será o sumo sacerdote que ungirá os reis da dinastia de Davi (1Rs 1,39; Sl 2,2.6s). Nas profecias messiânicas, “Belém” é citado em Mq 5,1 (cf. Mt 2,1-8; Lc 2,4-15); “Jessé” é citado em Is 11,1; era de boa família com condições (cf. Rt 4,17-22).

Samuel ponderou: “Como posso ir? Se Saul o souber, vai-me matar”. O Senhor respondeu: “Tomarás contigo uma novilha da manada, e dirás: Vim para oferecer um sacrifício ao Senhor” “Convidarás Jessé para o sacrifício. Eu te mostrarei o que deves fazer, e tu ungirás a quem eu te designar” (vv. 2-3).

Assim com ungiu Saul por ocasião de uma cerimônia religiosa local (cf. 9,13-24), Samuel ungirá Davi em Belém. O nome de Belém (hebraico Bet-Lehem) significa “casa do pão”, é a antiga “Efratá” (cf. Gn 35,19; Mq 5,1), oito km ao sul de Jerusalém e possuía seu santuário e seu altar, antes da centralização do culto em Jerusalém por Josias (Dt 12,2-12).

A objeção do profeta (cf. Jr 1,6; Ex 3,11) indica que Saul já suspeitava. Samuel já lhe profetizou após a primeira desobediência de Saul: “Teu reino não subsistirá: Javé já achou um homem conforme seu coração, e o designou para ser chefe do seu povo” (13,14). De agora em diante, Saul é considerado perigoso (possuído por um espírito mau, v. 14).

O procedimento de dizer as coisas pela metade, para não descobrir tudo desde o início, é comum na narração bíblica (cf. Gn 12 e 22: Abraão; Nm 22: Balaão). Além da função narrativa reserva a iniciativa a Deus, que se declara por etapas.

Samuel fez o que o Senhor lhe disse, e foi a Belém. Os anciãos da cidade vieram-lhe ao encontro, e perguntaram: “É de paz a tua vinda?” (v. 4).

Samuel morava em Ramá, mas era juiz itinerante visitando as cidades ao redor (7,16s). Belém, porém, fica um pouco longe da sua cidade (cerca de 50 km). Os anciãos de Belém vierem ao seu encontro “tremendo, ansiosos”, algo mais que simples temor reverencial, porque o profeta podia denunciar e condenar com palavra eficaz.

”Sim, é de paz”, respondeu Samuel. “Vim para fazer um sacrifício ao Senhor. Purificai-vos e vinde comigo, para que eu ofereça a vítima”. Ele purificou então Jessé e seus filhos e convidou-os para o sacrifício (v. 5).

A purificação (santificação) incluía ritos de continência e banhos para conseguir a pureza cultual (Lv 7,19). O sacrifício, pretexto diante de Saul, vai converter-se em contexto litúrgico da eleição.

Assim que chegaram, Samuel viu a Eliab, e disse consigo: “Certamente é este o ungido do Senhor!” Mas o Senhor disse-lhe: “Não olhes para a sua aparência nem para a sua grande estatura, porque eu o rejeitei. Não julgo segundo os critérios do homem: o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração” (vv. 6-7).

O contraste entre Saul e Davi está ligeiramente marcado com a apresentação do primeiro eliminado: Eliab era de boa aparência e grande estatura, como Saul. Samuel crê que a estatura de Eliab o qualifique para a realeza, como um novo Saul (cf. 9,2; 10,23). Mas por dentro não era como o Senhor queria, é rejeitado como Saul (cf. 13,7-15; 15). Mas o Senhor escolheu o menor. “O que é fraco aos olhos do mundo, Deus escolheu para confundir o que é forte” (1Cor 1,26-29; cf. 2Cor 12,9).

O texto hebraico joga com o verbo hebraico r’h (= ver, fixar-se em, eleger) do v. 1: Deus “fixou-se em um”, Samuel se fixa em outro (cf. a oposição de Is 55,8); “aparência” se forma da mesma raiz verbal. Mas “o Senhor vê o coração”. Essa ideia retorna sob formas diversas em 1Rs 8,39; Jr 11,20; 12,3; 17,10; 20,12; Sl 7,10; 17,3; 44,22; 139,223; Pr 15,11; 17,3; 21,2; 24,12 (cf. a frase do livro de Saint-Exupéry, O pequeno príncipe: “Só se enxerga bem com o coração”).

Então Jessé chamou Abinadab e apresentou-o a Samuel, que disse: “Também não é este que o Senhor escolheu” (v. 8).

Os nomes dos dois primeiros filhos significam: Eli-Ab “Meu deus é pai”, Abi-Nadab “meu pai é príncipe” (não tem o componente – Ya, Yo, de Yhwh=Javé).

A Bíblia do Peregrino (p. 519) comenta:  Na descoberta do eleito, o autor utiliza o conhecido motivo, tão comum no folclore, do irmão caçula que se antepõe e seus irmãos. Na explanação, emprega uma variante da conhecida articulação: uma série de três, o resto até sete, o último. Ao mesmo gênero narrativo pertence a frase repetida como estribilho.

Jessé trouxe-lhe depois Sama, e Samuel disse: “A este tampouco o Senhor escolheu”. Jessé fez vir seus sete filhos à presença de Samuel, mas Samuel disse: “O Senhor não escolheu a nenhum deles”. E acrescentou: “Estão aqui todos os teus filhos?” Jessé respondeu: “Resta ainda o mais novo, que está apascentando as ovelhas”. E Samuel ordenou a Jessé: “Manda buscá-lo, pois não nos sentaremos à mesa, enquanto ele não chegar” (vv. 9-11).

Aqui e em 17,12-14, Davi é o oitavo filho (o sétimo em 1Cr 2,13-15). A sua separação está bem marcada na narração. Seu ofício pastoril é dado importante na tradição (cf. Sl 78,70-72; Mq 5,1-3; pastor e rebanho são metáforas de líder e seu povo, cf. Ex 34; Sl 23). Sem ele (sem o líder) não se celebrará o banquete sacrifical.

Jessé mandou buscá-lo. Era ruivo, de belos olhos e de formosa aparência. E o Senhor disse: “Levanta-te, unge-o: é este!” (v. 12).

Agora é o narrador que está se detendo nas aparências em vez de olhar o coração? A beleza de Davi pode pertencer à figura idealizada do rei, mas pode ter fundamento histórico, porque um loiro-ruivo é incomum num povo semita (mesma raça dos árabes). Em todo caso, é de notar que em Saul e Eliab ressaltavam a corpulência, a robustez; em Davi, a beleza. Golias as considera incompatíveis e compara Davi a uma criança em 17,42 (inspirado no mesmo adjetivo). Por isso, a Tradução Ecumênica da Bíblia (TEB) traduz: “tez clara” em vez de “ruivo” (lit. vermelho, rosado; cf. Gn 25,25).

Samuel tomou o chifre com óleo e ungiu Davi na presença de seus irmãos. E a partir daquele dia, o espírito do Senhor se apoderou de Davi. A seguir, Samuel se pôs a caminho e voltou para Ramá (v. 13).

O nome de Davi (hebraico: David) significa “Querido, Amado”. Sem nenhum sinal exterior e em ligação imediata com a unção, o “espírito do Senhor” desce sobre Davi; é aqui a graça concedida a uma pessoa consagrada e torna a eleição estável: o espírito, que irrompeu ocasionalmente nos juízes (cf. Jz 3,10; 6,34; 11,29; 13,25; 14,6.19) permanece agora em Davi (cf. Is 11,2).

Além disso, este “espírito” cumpre uma função narrativa secundária, em contraste com o “mau espírito” de Saul, como já diz o próximo versículo: “O espírito do Senhor se retirara de Saul e um espírito maligno, vindo do Senhor, o atormentava” (v. 14). O espírito de Deus passa de Saul (10,6.10) para Davi; abandona Saul e ao sair, deixa lugar para um espírito mau (cf. Mt 12,43-45p). Começa a ascensão de Davi em oposição a derrota de Saul que se completa em 2Sm 5 quando Davi será ungido rei de todo o Israel pelos anciãos das tribos. Como um refrão, a fórmula “o Senhor estava com ele” acompanha os progressos de Davi (cf. v. 18; 17,37; 18,12.14.28; 20,13; 2Sm 5,10), mesmo suas ações duvidosas e violentas (não são um problema para os autores).

Pode se compara a unção de Davi por Samuel com o batismo de Jesus: Um rei (Saul, Herodes) ainda governa na desgraça. Procura-se uma alternativa: o profeta (Samuel, João Batista) realiza um ritual (unção, batismo) no qual Deus apresenta seu eleito (Davi, Jesus) equipando-o com seu Espírito (cf. Is 42,1; 61,1; Mc 1,9-10p; At 10,37s).

 

Evangelho: Mc 2,23-28

Ouvimos hoje a quarta das cinco controvérsias em seguida com os fariseus; desta vez a questão é a observância do sábado, prescrita pelo decálogo (“dez palavras” ou seja, os dez mandamentos: Ex 20,8; Dt 5,12).

Jesus estava passando por uns campos de trigo, em dia de sábado. Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto caminhavam. Então os fariseus disseram a Jesus: “Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?” (vv. 23-24).

No AT, o próprio Deus não trabalha no sétimo dia para descansar depois dos seis dias de toda sua obra da criação (Gn 2,2-3). Depois de libertar os hebreus da escravidão, prescreve a folga no sábado, mesmo no deserto (Ex 16). Moisés declara a pena de morte para quem violar o sábado (Ex 31,15; 32,2; executada em Nm 15,32-36), porque o sábado é “coisa santa para vós”, “sinal perpétuo” da “aliança eterna” (cf. Ex 31,14.16s).

No sábado, não era permitido qualquer trabalho, nem plantar nem colher (Ex 34,31), nem cozinhar, nem colher lenha, nem caminhar mais de um quilômetro (cf. At 1,12). Arrancar espigas no campo alheio era permitido para matar a fome, mas não carregar nada em cesto (Dt 23,25). Numa sociedade fraterna e fecunda na partilha, os bens necessários à vida não são propriedade de ninguém, quando está em jogo a sobrevivência. A jurisprudência dos fariseus permitiu arrancar espigas, mas não debulhá-los no sábado.

Jesus lhes disse: “Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães” (vv. 25-26).

Jesus responde à acusação como um exemplo bíblico do rei mais ilustre, Davi, que em caso de necessidade (fome) suspendeu a obrigação da lei (cf. 1Sm 21,1-7). Se era sagrado o sábado, não eram menos os pães oferecidos a Deus (cf. Lv 24,5-9). Os sacerdotes colaboraram com Davi, e os fariseus não têm coragem de censurar o rei Davi. O nome do sacerdote na parada de Davi em Nob era, na verdade, Aquimelec, descendente de Eli e pai de Abiatar (1Sm 21,2-7). Mas Abiatar era mais famoso como sumo sacerdote no reinado de Davi (outra tradição considerava Abiatar pai de Aquimelec, cf. 2Sm 8,17).

O paralelo Mt 12,5 acrescenta ainda o trabalho cultual dos sacerdotes que continua no dia do sábado (Mt 12,5; cf. Nm 28,9). Outro exemplo, a suspensão do repouso no sábado para poder defender-se na guerra dos macabeus (1Mc 2,31-38) não é citado, provavelmente porque os dois livros dos Macabeus não fazem parte da Bíblia hebraica (única versão reconhecida pelos rabinos fariseus em 90 d.C.).

Em Mc, Jesus concentra-se na necessidade da fome que justifica alimentar-se das espigas arrancadas mesmo em dia de sábado. Assim Jesus devolve o verdadeiro sentido do decálogo, ou seja, da lei de Moisés revelada por Deus: vida e liberdade para seu povo (cf. Ex 20,1; Dt 5,15). A interpretação restrita dos fariseus transformou a lei do sábado numa gaiola em vez de ser uma garantia da liberdade (ser livre da escravidão, cf. Dt 5,15) e uma antecipação do paraíso (cf. Gn 2,3).

E acrescentou: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado” (vv. 27-28).

Jesus conclui com uma sentença que, aliás, vale não só para o sábado, mas para qualquer lei: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado” (v. 27). E acrescenta atribuindo-se mais uma vez o título de Dn 7,13s: “O Filho do homem é Senhor também do sábado” (v. 28; cf. 10 e o comentário de sexta-feira passada). O “Filho do homem” é maior do que Davi (cf. 12,35-37): ele tem origem celeste e receberá um reino universal e eterno das mãos de Deus (Dn 7,13s; cf. Lc 1,32; Mc 8,38; 13,25s; 14,62).

O site da CNBB resume: Novamente entra em discussão a questão das práticas religiosas. O evangelho de hoje nos apresenta a questão do legalismo religioso e da verdadeira finalidade da religião. Muitas vezes, vemos que as religiões estão muito mais fundamentadas em proibições do que em motivações e na criação de novos relacionamentos das pessoas com Deus e das pessoas entre si. O resultado dessa mentalidade é que a religião se torna cada vez mais uma coisa odiosa e insuportável, e Deus aparece não como um Pai amoroso, mas como um carrasco autoritário. A verdadeira religião é aquela que cria valores e leva as pessoas à maturidade em todos os sentidos para que livremente possam optar por Deus.

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