1º de Outubro de 2020, Quinta-feira – Santa Teresinha do Menino Jesus: Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’ (v. 9).

26ª Semana do Tempo Comum  – Santa Teresinha do Menino Jesus

1ª Leitura: Jó 19,21-27

Novamente, Jó toma a palavra em defesa às acusações dos seus amigos que alegaram uma eventual culpa de Jó como causa do seu sofrimento.

A Nova Bíblia Pastoral (p. 641) comenta o cap. 19: Lamento profético (cf. Hab 1,2; Jr 20,8; Lm 3,8) que acusa Deus de falsear a justiça e agir com os reis que exploram e exercem a violência. Apresenta como consequência a solidão e a hostilidade dos membros da comunidade, do círculo de relações familiares e dos amigos íntimos (cf. 15,8.17; Jr 23,18.22;  Am 3,7; Pr 11,13; 20,19; 25,9). A religião centrada no Templo e nos sacrifícios, na doutrina da retribuição e nos pecados morais, é incapaz de gerar solidariedade e aprofunda a concepção de que o sofrimento é castigo divino. O apelo de Jó se dirige ao “protetor” (go’el, v. 25). Este termo pode significar o parente próximo enquanto redentor do sangue (2Sm 14,11) e da herança (Dt 25,5-10; Rt 2,20; 3,9; 4,4s; Lv 25,25; Nm 5,8); o defensor diante dos inimigos (Pr 23,10-11); ou o Deus que liberta os hebreus do Egito (Ex 6,6; 15,13; Sl 74,2) e resgata os exilados da Babilônia (Is 41,14; 43,1).

(Disse Jó:) “Piedade, piedade de mim, meus amigos, pois a mão de Deus me feriu! Por que me perseguis como Deus, e não vos cansais de me torturar? (vv. 21-22)

“A mão de Deus me feriu”, lit. “me tocou”. Ser tocado, em hebraico, pode ser empregado como eufemismo para designar a lepra. A mão de Deus fere, mas também cura (5,18; Dt 32,39; Os 6,1).

Jó quer “piedade” (compaixão, misericórdia) por parte dos seus amigos que o visitam no leito da doença (2,11-13). Mas em vez de consolá-lo, discursam sobre uma eventual culpa dele que devia ter causado tanta desgraça (doutrina da retribuição). Assim Jó não se sente confortado, mas perseguido por seus amigos adversários, “não vos cansais de me torturar” lit. “sois insaciáveis da minha carne” (cf. Sl 27,2), como pelo próprio Deus (que o castiga sem motivo aparentemente, cf. caps. 1-2; 6,4.9s; 9,17s; 16,12-14).

Gostaria que minhas palavras fossem escritas e gravadas numa inscrição com ponteiro de ferro e com chumbo, cravadas na rocha para sempre! (vv. 23-24)

A Bíblia do Peregrino (p. 1096) comenta: As palavras são de uma solenidade extraordinária, um chamado a posterioridade (ver Sl 102,190). Pensa numa grande inscrição lapidar, com chumbo incrustado na rocha. O autor sente a importância do que seu protagonista vai dizer e o sublinha. É importante, porque expressa a última apelação ou convicção de Jó; mas deve ser tomado no contexto total. Em certo sentido, esse desejo de perpetuidade se estende às outras palavras de Jó, especialmente as que expressam sua sede e esperança de justiça. Não podemos negar que o livro de Jó dura mais que uma inscrição na rocha, que a consciência do autor não se enganava ao calcular a importância do seu livro.

“Com chumbo” (hebr.:  we’oparet), ou “com estilete” (weçipporen, cf. Jr 17,1). O rabino medieval Rashi (1040-1105) sugeriu que o chumbo tem, como finalidade, escurecer as letras incisas da inscrição para fazê-lo sobressair. Os nobres foram sepultados em caixões mais duradouros (sarcófagos) de pedra ou de chumbo.

Eu sei que o meu redentor está vivo e que, por último, se levantará sobre o pó; e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne, verei a Deus (vv. 25-26).

“Redentor”, ou defensor, vingador de sangue (cf. 16,18-21; Nm 35,19). No antigo Israel, era aquele que reivindicava um direito que um de seus parentes próximos já não podia exercer por si mesmo (Lv 25,25; Rt 4,4). Depois se aplica-se muitas vezes a Deus, salvador do seu povo e vingador dos oprimidos. Os rabinos do judaísmo aplicaram este termo ao messias (em grego: Cristo), donde vem a tradução de São Jerônimo “meu redentor”.

Na sua tradução normativa para Igreja Católica (Vulgata), S. Jerônimo, traduziu o original hebraico go’el por redemptor (= resgatador), e o latim passou as nossas línguas. Os cristãos aplicaram o título ao Cristo que nos livra da culpa (com seu próprio sangue) e nos reconcilia com Deus. Umas das imagens mais famosas do Brasil e do mundo é o Cristo Redentor em Rio de Janeiro (1931). O título da primeira encíclica do papa João Paulo II foi “Redemptor hominis” (redentor do homem), escolhido depois como lema episcopal por Dom Ricardo Weberberger (1979).

A Bíblia do Peregrino (p. 1097) comenta: O vingador é uma instituição jurídica antiga. Um membro da família, do clã, da tribo, por graus, está obrigando a vingar seu próximo. Em caso de assassinato, matando o culpado, Dt 19,6-12 (a legislação antiga não admite compensação). O ato e a obrigação de vingar baseiam-se em laços de solidariedade. Deus assume essa função com relação a Israel (ver sobretudo o Segundo Isaías). Nosso texto se refere ao vingador de sangue, e o ato da vingança deve consistir em provar a inocência da vítima.

A Bíblia de Jerusalém (p. 907) comenta: Jó, caluniado e condenado pelos seus amigos, espera um defensor, que é precisamente o próprio Deus, a menos que aí deve ser visto um mediador celeste que assumiria a defesa de Jó e o reconciliaria com Deus (cf. 16,19). Jó, contudo, continua a considerar perdida sua felicidade próxima a sua morte: Deus só intervirá para vingar sua causa depois de ele morrer. Todavia, Jó espera ser disso testemunha, “ver” seu vingador. Parece, pois, que ele nesta passagem (após ter imaginado – 14,10-14 – a possibilidade de esperar no Xeol durante o tempo da ira), num impulso de fé em Deus que pode fazer voltar a Xeol (cf. 1Sm 2,6; 1Rs 17,17-24; Ez 37) está contando com um retorno passageiro a vida corporal, para o tempo da vingança. Esta curta evasão da fé de Jó dos limites intransponíveis da condição mortal, para satisfazer sua necessidade de justiça numa situação desesperada, preludia a revelação explícita da ressureição da carne (cf. 2Mc 7,9).

 “Por último, se levantará sobre o pó”. “Por último/no fim” lembra Is 44,6; 48,12; “se levantar” é termo jurídico (frequentemente aplicado a testemunha ou ao juiz: 31,14; Dt 19,16; Is 2,19.21; Sl 12,6) ou então o ato de intervir. O pó pode significar a sepultura, a humilhação, e poderia aludir sutilmente a condição humana.

O v. 26 é difícil de traduzir: “depois que tiverem destruído esta minha pele” ou “depois do meu despertar, levantar-me-á junto dele”: ‘ûrî, “minha pele”: ‘ôrî, hebr.– “levantar-me-á junto dele”: zeqapanî ‘itô, conj.; “eles destruíram isso”: niqqepû zo’t, hebr.

A Bíblia do Peregrino (p. 1096s) comenta: Mas é terrível observar que exatamente essas palavras do livro sejam para nós tão obscuras. O texto hebraico está mal conservado, talvez por manipulação intencional; os tradutores antigos ensaiaram leituras diferentes do texto, como profissão de fé na ressurreição (Jerônimo) ou negado tal interpretação (Crisóstomo), e os comentaristas modernos, em vez de entrar em acordo, tendem a multiplicar ou diferenciar as explicações. Trata-se claramente da justificação que, apesar de tudo, Jó espera: espera ou deseja uma justificação antes de morrer ou depois da morte? No segundo caso, terá consciência dela estando morto, ou ressuscitará para recebê-la? No último caso, pensa numa ressureição pessoal ou na ressurreição universal de que lhe falam Dn e Sb? O livro não pensa na ressurreição, a exclui: 3,11-22; 7,9-10;10,18-22; 16,22; 17,1.13-16; 21,23-26. Por outro lado, em sua sede de justiça, Jó expressa as vezes uma esperança paradoxal, até nos momentos que se entrega à morte, sobretudo no cap. 16, que se liga com o presente. Por isso prefiro, como um pouco mais provável, a interpretação que nossa tradução reflete: ao morrer, Jó invoca a terra para que não cubra seu sangue, para que clame pedindo a vingança, 16,8; agora grita que o vingador de seu sangue vive, por isso espera que, já morto, conhecerá sua própria sua própria justificação lá do reino da morte, e, justificado, poderá ver a Deus. A vida já não lhe importa, contanto que lhe façam justiça; já aceitou a morte, pensando que lhe farão vingança; a justiça deverá prevalecer, e ele, ainda que morto, terá a satisfação de sabê-lo.

No outro extremo está a interpretação, também provável, que coloca a reivindicação de Jó nesta vida, numa teofania imediatamente antes da morte. Em tal caso, “sem pele e sem carne” é expressão hiperbólica que descreve o estado físico de Jó antes de morrer. Em qualquer caso, a doutrina da ressurreição não existe no texto original nem corresponde ao sentido do livro; é fruto de uma leitura posterior, iluminada pelo progresso da revelação neste ponto…

Eu mesmo o verei, meus olhos o contemplarão, e não os olhos de outros (v. 27ab).

Como não se pode olhar muito no sol sem ficar cego, um ser humano não pode ver Deus com seus olhos porque morreria (Ex 33,20; cf. Jo 1,18; 6,46). Mas na situação em que Jó já imagina estar, não existe tal perigo; é algo paradoxal, e Jó reforça seu paradoxo.

Dentro de mim consomem-se os meus rins” (v. 27c)

A Bíblia do Peregrino (p. 1096s) traduz “O coração se desfaz no meu peito” e comenta: Com forte expressão de desejo encerra em inclusão a perícope. A tradução é duvidosa. As palavras de Jó sobrevivem a ele e o vingam; mas isso não basta. As palavras de Jó ultrapassam a ele e ao autor, têm significado excessivo para sua realidade. Tem de vir uma realidade “final” que encham a capacidade de sentido dessas palavras. Esse é o fundamento de sua leitura cristã.

Evangelho: Lc 10,1-9

Jesus enviou os doze apóstolos (“apóstolo” quer dizer “enviado”, cf. 6,13) para anunciarem o reino de Deus e curar os doentes (cf. v. 9) nos povoados da Galileia. Este envio foi transmitido duas vezes por escrito, pelo evangelista Marcos (Mc 6,6-13) e por uma fonte perdida chamada Q (uma coleção de palavras de Jesus, que Mt e Lc usaram além de copiarem de Mc). Enquanto Mt combinou estas duas versões num discurso único (Mt 10,7-16), Lc as manteve distintas em dois discursos: um dirigido aos doze apóstolos (9,1-6) – doze é o número das tribos de Israel (cf. Ex 1,1-5; 24,4; Ap 7,4-8) – e outro dirigido aos 72 (ou 70) discípulos, número tradicional das nações pagas (cf. Gn 10). Para Lc é importante a participação de outros discípulos e discípulas além dos Doze (cf. 8,1-3; 24,9s.13-35; At 1,14.21s; 2,1.41 etc.).

(Naquele tempo:) O Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir (v. 1).

Numeroso manuscritos trazem “setenta” (como também no v. 17). A Tradução Ecumênica da Bíblia (p. 1996) comenta: Tanto uma leitura como a outra visam sem dúvida indicar o número das nações pagãs, tal como o judaísmo o encontra em Gn 10, segundo o texto hebraico (70) ou o texto grego (72). Lc sabe que a missão dos pagãos só começará após a Páscoa e Pentecostes (24,47; At 1,8), mas ele quer apresentar aqui uma prefiguração simbólica.

Setenta eram também os auxiliares de Moisés que participavam do seu espírito (Nm 11,16-30: anciãos/presbíteros; cf. Ex 18,13-27: juízes; daí os setenta conselheiros no sinédrio de Jerusalém), e subiram ao monte Sinai com ele (Ex 24,1.9).

Jesus os enviou “dois a dois” (Mc 6,6), “na sua frente” não para preparar hospedagem e comida como em 9,52 (cf. 21,29s; 22,8), mas como precursores espirituais (cf. Lc 24,29-32; Ap 3,20) como antes João Batista (1,76; 7,27). Aqui Lc pensa já na futura missão nos países pagãos (cf. At 1,8).

E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos (vv. 2-3).

Estes vv. 2-3 sobre a falta dos trabalhadores na grande messe (missão) e dos cordeiros no meio dos lobos são da fonte Q (faltam em Mc 6, mas estão em Mt 9,37s; 10,16).  À imagem da pesca (5,1-10; Mt 4,19p) se acrescentam a do ceifador (Sl 126) e a clássica do pastor (Jr 23; Ez 34; Sl 23; 80) e que continuam a ser usadas para se descrever o apostolado na Igreja. Jesus assume o ofício de fazendeiro e bom pastor e deixará a seus discípulos a tarefa de colher (cf. Jo 4,37s; 10).

Estranha, porém, a conduta do bom pastor (cf. Sl 23; Jo 10) de enviar cordeiros no meio de lobos! Mas ele precisa prepará-los para a realidade inevitável de hostilidades futuras (cf. o segundo volume de Lc, os Atos dos Apóstolos, e Paulo em 1Cor 15,31; 2Cor 4,10s). Como cordeiro no meio de lobos, assim os judeus descreviam sua situação no meio das nações, e assim as testemunhas de Jesus vão enfrentar situações semelhantes ao anunciarem o evangelho em Israel e no mundo (cf. At 1,8). Como cordeiros, não devam usar de violência ao divulgar sua religião (cf. 6,27-36p; 22,35-38; At 7,60 etc.), recomendação nem sempre seguida na história da Igreja. “Eu vos envio” indica a presença eficaz do Senhor.

Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa (vv. 4-7).

As recomendações de não levar quase nada pelo caminho estavam em Mc 6,8-9 (onde estavam permitidos sandálias e um cajado) e em Q (Mt 10,9-10), mas Q afirmou ainda que “o trabalhador merece o seu salário” (v. 7b; Mt 10,10), ou seja, o missionário pode contar com seu sustento pela comunidade (1Tm 5,17s estabelece dois salários para presbíteros). Em 1Cor 9,14, Paulo confirma estas palavras de Jesus (mas não se vale deste direito em 1Cor 9,15-18).

Também a ordem de “desejar a paz” que voltará, se não for um amigo da paz (vv. 5-6) foi transmitida pela fonte Q (Mt 10,11-13). “Shalom” (Paz em hebraico) é a saudação comum em Israel até hoje e significa não só o silêncio das armas, mas a plenitude dos bens (saúde, educação, trabalho, prosperidade, …). As religiões devem transmitir a paz (em árabe, a palavra paz é salem, daí deriva islam e muçulmano).

Além da introdução com os novos enviados, nosso evangelista Lc acrescentou mais dois detalhes. O primeiro: “Não cumprimenteis ninguém pelo caminho” (v. 4b). Certamente Lc não quer que o missionário seja mal educado, mas a urgência da Boa Nova (em grego evangelho) não permite que se perca no caminho em conversas fúteis (cf. a radicalidade no episódio anterior em 9,57-62).

O segundo detalhe, “permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem” (v. 7a), quer evitar missionários vagabundos e pede humildade e adaptação. Hoje chamamos isso de inculturação. A Boa Nova deve-se adaptar à língua e aos bons costumes do povo que a recebe. Isso significa certo desprendimento do missionário, mas os valores de cada povo também enriquecem a ele como a toda a Igreja católica.

Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’ (v. 9).

Como os apóstolos (9,2), também os discípulos são encarregados para curar os doentes (em Mc 6,13, eles curavam ungindo-os com óleo) e anunciar o Reino. “O Reino de Deus está próximo de vós” (v. 9) é a mensagem central de Jesus (cf. Mc 1,15 e o comentário da segunda-feira da primeira semana do Tempo Comum). O anúncio dos discípulos deve corresponder a esta boa nova. Os missionários devem seguir o exemplo de Cristo, levar uma vida simples junto ao povo sofrido, confiando em Deus e não nas coisas materiais nem na violência, ao final devem anunciar o reino de Deus e não o estilo de vida consumista.

Mas, quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: ‘Até a poeira de vossa cidade, que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vós’. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo! Eu vos digo que, naquele dia, Sodoma será tratada com menos rigor do que essa cidade” (vv. 10-12).

Os discípulos levam a paz do messias que os amantes da paz saberão reconhecer (cf. vv. 5-6; Sl 120; 122). Mas a rejeição será fatal (Lc 19,42-44), acarretará um castigo pior do que das cidades Sodoma e Gomorra que violaram a hospitalidade (Gn 18-19; Sb 19,13-17).

A hospitalidade é um valor grande na antiguidade, também para judeus e cristãos (cf. 10,38-42; At 16,15; Rm 12,13; Hb 13,2; Gn 18-19; Tb 5,4s; Jz 6,11-24; 19 etc.). Sacudir a poeira dos pés é uma ação simbólica que toma o pó como sinal (2Rs 5,17): nado do território ignorante e culpado se apegue aos discípulos (At 13,51). A “palavra” da boa notícia se torna juízo e condenação para quem a rejeita. O evangelho, porém, não se deixa deter; Lc insiste na proximidade do reino, na vitória do bem sobre o mal; será libertação para uns, catástrofe para outros (cf. 2,34; 21,28).

O site da CNBB comenta: Jesus escolheu outros setenta e dois discípulos, que não eram os Apóstolos e os enviou à sua frente aos lugares onde ele deveria ir, nos mostrando, assim, que a obra evangelizadora da Igreja não é uma atividade exclusiva dos que pertencem à sua hierarquia, mas é compromisso de todos os que lhe pertencem, que são Igreja, porque todos são, pela graça do batismo, operários da messe do Senhor. E os leigos e leigas, de um modo especial, estão sujeitos às ameaças do mundo; por isso são enviados como cordeiros no meio de lobos, uma vez que irão testemunhar, no meio do mundo, os valores que não são do mundo, despertando para si o ódio do mundo, que rejeita o Reino de Deus que é anunciado.

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