20 de dezembro de 2016 – Terça-feira, Advento 4ª semana

Leitura: Is 7,10-14

Esta leitura da profecia de Isaías faz parte do chamado “Livro de Emanuel” que são os capítulos 7-12, uma composição regida por vários princípios. Os materiais pertencem à guerra de Damasco e Israel (menos 9,7-10,4, que pertencem à etapa de Senaquerib). São princípios de organização: a) os sinais; b) alternância invasão-libertação; c) os nomes próprios: além de “Emanuel”, os dois filhos do profeta, “Pronto Saqueio” (8,1-4) e “Um Resto Voltará” (7,3; cf. 4,3; 10,20-23).

Sinal central e nome emblemático é o menino chamado “Emanuel” = “Deus conosco” (8,10; Mt 1,23). É enunciado em 7,14s e compreende quatro motivos repetidos no conjunto em ordem inversa: nascimento (9,5); nome (8,10); dieta (7,22); uso da razão (7,16). O tema central deste capítulo é: a dinastia davídica está ameaçada; da parte de Deus, está garantida pela promessa (2 Sm 7); da parte do monarca e do povo, o princípio de subsistência é a fé (7,9).

Era durante a guerra siro-efraimita em 736-735 a.C. (cf. 2Rs 16; 2Cr 28). O Reino do Norte (Efraim; capital: Samaria), cujo rei era Facéia, se aliou a Rason, rei de Aram (capital: Damasco), numa tentativa de se libertar do perigo assírio. Como o Reino do Sul (Judá; capital: Jerusalém) não participou da coalizão entre o Reino do Norte e Aram, estes dois temiam que Judá se tornasse aliado da Assíria. Resolveram atacar o Reino do Sul para destronar a dinastia davídica com seu rei Acaz e colocar no seu lugar o filho de Tabeel, rei de Tiro (7,1-2.4-6).

Acaz teme o cerco e verifica a reserva de água da cidade de Jerusalém (v. 3). O profeta Isaías vai a seu encontro e o tranquiliza, mostrando que não haverá perigo (vv. 7-9), pois continua válida a promessa de que a dinastia de Davi será perene, desde que se coloque total confiança (fé) no Senhor Javé que fala através do profeta: “Quem não crê, não sobrevive” (v. 9).

O Senhor falou com Acaz, dizendo: ”Pede ao Senhor teu Deus que te faça ver um sinal, quer provenha da profundeza da terra, quer venha das alturas do céu”. Mas Acaz respondeu: ”Não pedirei nem tentarei o Senhor” (7,10-12).

Em Is, um “sinal” (vv. 11.14) não é necessariamente um milagre, mas sempre um fato que o interlocutor pode ter sobre os olhos imediatamente ou pouco depois e que deve ajudá-lo a esperar um acontecimento mais longínquo no tempo (cf. 8,18; 20; 37,30; 38,7-8). A oposição entre as “profundezas da terra” e as “alturas do céu” sublinha o caráter solene da proposta e a importância da situação (v. 11; cf. Dt 33,13; Jo 11,8). Sinais do céu podem ser estelares ou meteoros; do abismo, devem estar relacionados com os mortos (cf. o sinal de Jonas em Mt 12,39-41).

O homem não pode exigir sinais, pode pedi-los. Se Deus os oferece, o homem deve aceitá-los. O rei se recusa por falsa humildade, que encobre uma fé vacilante. Referindo-se a Ex 17,2, Acaz falta com o respeito à vontade de Deus, evitando a opção pela confiança incondicional nesse Deus cujo poder atinge todo o universo (céu e terra).

Disse o profeta: ”Ouvi então, vós, casa de Davi; será que achais pouco incomodar os homens e passais a incomodar até o meu Deus? Pois bem, o próprio Senhor vos dará um sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel” (7,13-14).

No texto original escrito em hebraico, o sinal dado pelo próprio Senhor é o nascimento de um filho de uma “mulher jovem” (não necessariamente de uma “virgem” como traduz a liturgia de hoje). A palavra hebraica ‘Imh significa simplesmente “jovem, moça”, provavelmente Isaías pense na esposa jovem do rei Acaz (2Rs 16) que “conceberá”. Esse menino que está para nascer é sinal de que Deus permanecerá no meio do seu povo (Emanu-El = Deus conosco) apesar da situação crítica da cidade de Jerusalém ameaçada pelos inimigos. Seu nome “Emanuel” significa “Deus está conosco” (v. 14; 8,9s; 41,10). Deus está com seu povo e seus líderes (Dt 20,1; 1Rs 8,57; Gn 26,3; 18,15; 29,32 Ex 3,12; Dt 21,23; Js 1,5; Jr 6,12; 1Sm 16,18; 18,14; 2Sm 7,9; 2Rs 18,7; Jr 1,8). Deus não abandonará, mas dará a vitória a Judá e a dinastia de Davi permanecerá (2Sm 7,12-16). O menino herdeiro é Ezequias (2Rs 18-20) que assegurará a continuidade da dinastia.

José Luiz Gonzaga do Prado (Vida Pastoral, nov./dez. 2016) comenta o nome Emanuel: Na época, isso poderia ser apenas um grito de guerra: antes de atracar, o comandante gritava três vezes “Emanu” (conosco), e os soldados, “El” (Deus). É o sinal da vitória na guerra.

Bem mais tarde, no século III a.C., começou-se traduzir a Bíblia Hebraica para o grego, língua mais difundida na região. Na cidade de Alexandria no Egito (fundada pelo grego Alexandro Magno) havia uma comunidade grande de judeus que não falava mais o hebraico. Pela lenda, esta tradução grega foi realizada nesta cidade por “setenta” sábios (daí seu nome: LXX, em latim “septuaginta”). Na tradução grega de Is 7,14, escolheram a palavra grega parthenos: “virgem”, em vez de “jovem, moça”; assim passa para a tradição cristã, que aplica a profecia à “virgem” Maria (Mt 1,23). Mt 1,18-25 (evangelho de hoje) e Lc 1,26-34 descrevem o nascimento de Jesus, “concebido pelo Espírito Santo e nascido da virgem Maria” (Credo apostólico), correspondendo às profecias antigas sobre a origem do messias (Mt 1,23 cita Is 7,14 grego).

Obs.: O uso da tradição grega do AT (LXX) por Mt 1,23 demonstra que os próprios evangelistas consideravam esta tradução grega como Sagrada Escritura. Na época, ainda não havia uma norma (cânone) que determinasse quais escritos deviam fazer parte da Escritura e quais não. Havia discussão: os saduceus consideravam apenas os primeiros cinco livros (Pentateuco), ou seja, a Lei (Torá) de Moisés como Escritura sagrada, os fariseus pensaram diferente (cf. At 23,8).

No sínodo de Jâmnia no ano 90 d.C., as únicas autoridades judaicas que restavam depois da guerra judaica foram os rabinos do partido dos fariseus que, na tentativa de restaurar as bases de Israel, declararam como Escritura Sagrada os livros em hebraico (Bíblia Hebraica), mas isso aconteceu bem depois de Cristo e depois da redação dos evangelhos sinóticos (Mc: 70 d.C.; Mt e Lc: 80 d.C.). Não há motivo, portanto, porque as Igrejas protestantes (“evangélicas”, a partir de Martin Lutero em 1517), seguindo os judeus, reconhecem apenas a Bíblia Hebraica como texto sagrado do AT, quando os próprios evangelistas já usaram a tradição grega (como se vê claramente em Mt 1,23). Aceitando apenas o texto hebraico do AT, os protestantes não acolheram sete livrinhos que se encontram no texto grego do AT (LXX) e que desde os primeiros séculos faziam parte da Bíblia católica (Tb, Jd, 1-2Mc, Sb, Eclo, Br); são chamados deuterocanônicos pelos católicos e apócrifos pelos protestantes.

 

Evangelho: Lc 1,26-38

Depois da anunciação do nascimento de João Batista a Zacarias (evangelho de ontem), ouvimos hoje a anunciação a Maria. Aíla Luzia Pinheiro Andrade (na revista Vida Pastoral, nov./dez. 2016) comenta: O Evangelho de hoje nos apresenta um modelo de colaboração no propósito de Deus para a salvação humana. O texto enfatiza dois aspectos principais: a presença eficaz de Deus, que realiza o seu propósito, e a colaboração humana, que diz “sim”. Em Maria, vemos esses dois aspectos se realizarem. A atitude dela se torna, para nós, um paradigma a ser seguido.

No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria (v. 26-27).

“No sexto mês”: a conta dos meses é a partir concepção de João (vv. 24.36), por isso celebra-se o nascimento de João Batista (24 de junho) seis meses antes do Natal (24 de dezembro). O anjo é Gabriel (significa “força de Deus”; cf. v. 11.19; Dn 8,16; 9,21). Gabriel já apareceu a Zacarias que pertence ao baixo clero no templo da capital Jerusalém (vv. 5-25), agora é enviado a uma moça na periferia: “Nazaré” é um lugarejo desconhecido no interior (cf. Jo 1,46) da desprezada “Galileia” (cf. Jo 7,41s), mas é o lugar escolhido (Is 8,23b).

Antes mesmo de levarem uma vida comum, os jovens judeus (como Maria e José) se comprometeram em casamento, eram considerados quase como esposos porque o contrato já foi assinado (cf. Mt 1,18s). “Maria” é tradução grega do nome hebraico Miriam (o mesmo nome da irmã profetisa de Moisés em Ex 2,4.7; 15,21; Nm 12,1-10; 20,1; Maomé confundiu-a com a mãe de Jesus).

O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” (v. 28).

“Alegra-te” (saudação comum na língua grega do NT) é tradução melhor do que “Ave” (saudação em latim), porque apela à alegria messiânica; os profetas convidaram a filha de Sião a alegrar-se pela vinda de Deus em meio a seu povo (cf. Is 12,6; Sf 3,14-15; Jl 2,21-27; Zc 2,14; 9,9).

“Cheia de graça”, lit.: “tu que fostes e permaneces repleta do favor divino”. Alguns manuscritos acrescentam “Bendita és tu entre as mulheres”, por influência de v. 42 (saudação de Isabel).

Aíla Luzia Pinheiro Andrade (na revista Vida Pastoral, nov./dez. 2016) comenta: A saudação contém duas expressões importantes: “cheia de graça”, uma alusão à alegria messiânica que ora se inicia, e “o Senhor está contigo”. Esta última expressão não é dita a pessoas em circunstâncias normais, ainda que possa haver exceções (cf. Rt 2,4), mas se refere ao povo de Deus em sua totalidade ou a alguma pessoa que Deus tenha convocado para realizar um trabalho árduo. A presença eficaz de Deus dirige a pessoa à finalidade proposta por ele.

Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim” (vv. 29-33).

As palavras do anjo (cf. Mt 1,20-23; Lc 1,13-17) inspiram-se em várias passagens messiânicas do AT, nascimentos (milagrosos) e profecias messiânicas (cf. Gn 16,11s; Jz 13,3-5; 2Sm 7; Is 7,14s; 9,5s; 11,1-5; Jr 23,5; Dn 7,14). A “virgem conceberá um filho” (cf. Is 7,14 em grego). Este será reconhecido como messias (2 Sm 7), “descendente de Davi” (através de José) e “Filho do Altíssimo” (através do Espírito Santo, cf. v. 35a; cf. 1Sm 16,13; 2Sm 7,14-16; Sl 2,7; Rm 1,2-4). Seu reinado sobre “Jacó” (= Israel; cf. Gn 32,29) será “para sempre” e sem fim (universal, cf. Is 9,6; Dn 7,14). A última expressão entrou no Credo Niceno-Constantinopolitano: “E seu reino não terá fim”.

Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” (v. 34).

É comum nos relatos de vocação a pessoa chamada alegar um argumento contra (cf. 1,18; 5,8; Gn 18,12; Ex 3,11.13; 4,1.10.13; Jz 6,15; Jr 1,6…). A virgem Maria é apenas noiva (cf. v. 27) e não tem relações conjugais (sentido semítico de “conhecer”, cf. Gn 4,1; etc). O anjo não repreende Maria como fez a Zacarias (cf. v. 20), porque se trata aqui de uma coisa inédita. O fato de Maria não conviver ainda com José parece realmente opor-se ao anúncio dos vv. 31-33 e induz a explicação do v. 35. Nada no texto impõe a ideia de um voto de virgindade.

O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra” (v. 35a).

A resposta do anjo evoca a nuvem luminosa, sinal da presença de Javé (cf. Ex 13,22; 19,16; 24,16) como também as asas do pássaro que simbolizam o poder protetor (Dt 32,11; Sl 17,8; 57,2; 140,8) e criador (Gn 1,2) de Deus. O fato de Maria conceber sem ainda estar morando com José indica que o nascimento do Messias é obra da intervenção (poder, força, cf. o nome Gabriel) de Deus. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente nova.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade (na revista Vida Pastoral, nov./dez. 2016) comenta: A expressão “cobrir com sua sombra” faz alusão à nuvem que cobria o tabernáculo no deserto, representando a glória de Deus que ali habitava (cf. Ex 40,34). A mesma expressão é utilizada no texto da transfiguração (cf. Lc 9,34), porque era símbolo da presença de Deus. O tabernáculo no deserto era chamado de Tenda do Encontro (cf. Ex 27,21), pois ali Deus se encontrava com o ser humano por meio da representação da nuvem. Dessa forma, quando o texto, ao se referir a Maria, utiliza a expressão “cobrir com sua sombra”, identifica-a com a Tenda do Encontro, significando que, no útero dela, Deus e o ser humano se encontram no Menino que vai nascer.

“Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus” (v. 35b).

A santidade é um dos atributos essências do Deus de Israel no AT (Is 6,3; Lv 11,44-46; etc.); ela se comunica àquele que se aproxima de Deus ou lhe é consagrado. Jesus é o Santo do NT (cf. Lc 4,34p; Jo 6,69; At 2,27; 3,14; Ap 3,7).

Davi recebeu o Espírito de Javé quando foi ungido (1Sm 16,13). O Messias (significa: ungido; em grego: Cristo) é descendente de Davi e considerado filho (adotivo) de Deus (cf. 2Sm 7,14), adotado na hora da sua posse (consagração, cf. Sl 2,7; batismo: Mc 1,11), e também dotado com o Espírito (Is 11,1s; 42,1; 61,1). Mas o Espírito também está com os profetas (cf. 1Sm 10,10; 2Rs 2,9.15; Ez 2,2; 11,5; 37,1) e pode ser derramado sobre o povo (Ez 11,19; 36,26s; Jl 3,1s; cf. Lc 1,35.41.67; 2,25-27;  At 2 etc). Na sua vida na terra, Jesus não era sacerdote no templo nem tomou posse como rei, mas era vista como profeta (cf. 7,16; Mc 9,8.19p) ou messias (9,20p; Mc 11,9s). A novidade aqui é que Jesus é Filho de Deus no sentido literal, biológico (cf. Mt 1,16.20.25), não só a partir do batismo (que pode ser considerado como espécie da consagração ou posse alternativa (3,22p; cf. Sl 2,7), mas “desde o ventre materno” (cf. vv. 15.41; Is 49,1.5; Jr 1,5; Gl 1,15).

Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, porque para Deus nada é impossível” (vv. 36-37).

Em vez de dar um sinal (exigido por Zacarias em v. 18; cf. Gn 15,8; Jz 6,17; Is 7,11; 38,7), o anjo indica um milagre que já aconteceu (Maria já sabia da gravidez da sua prima ou não?). Zacarias e Isabel estavam na mesma situação que Abraão e Sara (ambos velhos e ela estéril). Gabriel conclui com palavras semelhantes às de Deus na visita a Abraão e Sara (na aparição dos três anjos em Gn 18,14; cf. Jr 32,27).

Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se (v. 38).

Maria não usa um verbo ativo na primeira pessoa “cumprirei” (Ex 19,8), mas um intransitivo: “aconteça, faça-se” o que disse o anjo, ou seja, a ação divina e sua consequência (como um novo Gênesis; cf. Gn 1,3: Deus falou “haja luz”, e “houve luz”; etc.). Deixar Deus agir é a suprema humildade e grandeza de Maria (cf. 1,48s). A tradição entendeu o consentimento (“sim”) de Maria como pronunciado em nome da humanidade (cf. 2Cor 1,19-22). Imagine se ela tivesse negado. No plano da criação, Deus faz o homem colaborador (imagem; cf. Gn 1,26s). No plano da salvação, se fez dependente do livre arbítrio (consentimento) de uma mulher. Amor e fé não se forçam ou impõem, mas se propõem.

Aíla Luzia Pinheiro Andrade (na revista Vida Pastoral, nov./dez. 2016) comenta: Ante a vontade de Deus, Maria deu a resposta: aceitou. Ela proclama-se “serva do Senhor”, frase usual no ambiente oriental quando um subalterno se dirige ao seu superior com o propósito de aceitar seus desígnios. Essa disposição para a obediência é uma manifestação de confiança (fé) na Palavra de Deus.

Na sua encarnação que resultará na paixão e morte, Jesus também será o “servo (escravo) do Senhor Javé” (cf. Is 53; Fl 2,7). Não só por sua maternidade, mas pela sua reposta generosa à palavra de Deus, Maria torna-se modelo de fé para toda Igreja (cf. 11,27s). Bento XVI a chama “mãe da palavra” (do Verbo encarnado, Jo 1,14) e “mãe da fé” (fé é a reposta à palavra; cf. Verbum Domini 27).

O site da CNBB resume: Maria recebe do anjo a notícia de que seria a mãe do Messias. Como poderia acontecer isso se ela não conhece homem? … mulheres estéreis geraram filhos por obra divina, e filhos que atuaram decisivamente na história da salvação. Maria não podia ter filhos, mas isso era fruto de sua vontade, de sua consagração virginal. E nesta “esterilidade”, Deus age. E sem a atuação de um homem, mas do próprio Espírito Santo, Maria gera no seu ventre virginal aquele que é o Senhor da história e que vai mudar radicalmente a vida das pessoas… Jesus se insere na história da humanidade e, ao fazê-lo, também passa a ter uma história. Ele é verdadeiramente homem e assume em tudo a condição humana, menos o pecado.

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