20 de novembro de 2017 – Segunda Feira, 33ª semana

Leitura: 1Mc 1,10-15.41-43.54-57.62-64

Com a vitória de Alexandre Magno sobre os persas no ano de 333 a.C. começou a dominância grega (=helenista) na política e na cultura de todo Oriente Médio. O culto às imagens dos muitos deuses gregos (politeísmo) entrou em maior choque com a fé judaica no único Deus (monoteísmo). A religião, a lei, os costumes faziam dos judeus um grupo separado, um corpo estranho no mundo oriental, unificado e helenizado depois da conquista de Alexandre. A assimilação, que dava as vantagens humanas da nova civilização, não podia ser feita sem se quebrarem os quadros que asseguravam a fidelidade à Lei (cf. hoje conflito semelhante entre globalização e tradições locais). Tal é o drama subjacente nos dois livros dos Macabeus. As palavra chaves são “aliança” e “costumes”. Havia dois partidos opostos na Judeia: de um lado os colaboracionistas e progressistas que queriam reformas helenistas esperando um melhor nível de vida pela aliança com os pagãos, e do outro lado, os conservadores (entre eles rebeldes) que defendiam a lei judaica e a aliança com seu único Deus Javé.

O autor pertence ao segundo grupo e descreve o período da perseguição do rei Antíoco IV (167-164 a.C.) e a revolução dos “macabeus” que conseguiu a independência a Israel/Palestina. A dinastia dos “asmoneus” (assim o historiador judaico Flávio Josefo chama os macabeus) governou o país até a invasão dos romanos em 63 a.C. O livro foi compilado antes, provavelmente entre 100 e 63 a.C.

Brotou uma raiz iníqua, Antíoco Epífanes, filho do rei Antíoco. Estivera em Roma, como refém, e subiu ao trono no ano cento e trinta e sete da era dos gregos (v. 10).

Antíoco IV Epífanes reinava de 175 a 164 d.C., era irmão mais novo de Seleuco IV e filho de Antíoco III que dominava a região do Oriente Médio da Síria até a Índia e depois também a Palestina até a divisa com Egito. O acréscimo oficial epifanés (significa: “que se manifesta com resplendor”, cf. a festa cristã da Epifania, 06 de janeiro) denota a pretensão do rei de ser a manifestação terrestre de um deus; no caso de Antíoco IV, a manifestação do chefe dos deuses gregos, Zeus. Dois séculos depois, os césares romanos adotaram este culto ao imperador, por ex. César Domiciano, a besta-fera do Ap 13.

Mas o autor caracteriza Antíoco Epífanes como “rebento ímpio” (cf. Dt 29,17 grego), talvez reforce malignamente o título messiânico de “rebento legítimo” de Jr 23,5; 33,15. Ele tinha feito parte dos reféns entregues por seu pai aos romanos após a derrota de Magnésia do Sipilo, em 189. A data mencionada (137) é da era selêucida, que na Síria teve início no outono de 312 a.C. (data teórica da fundação da cidade síria Antioquia) e em Babilônia na primavera de 311.

Naqueles dias apareceram em Israel pessoas ímpias, que seduziram a muitos, dizendo: “Vamos fazer uma aliança com as nações vizinhas, pois, desde que nos isolamos delas, muitas desgraças nos aconteceram” (v. 11).

“Pessoas ímpias”, lit. “filhos transgressores da Lei” (cf. 1,34; 10,62; 11,21; 2Mc 13,7), é expressão grega que, na Tradução dos Setenta (LXX), traduz geralmente o hebraico “filhos de Belial”, cuja raiz da palavra vem de “patifes”, depois são “vagabundos, maus, inúteis” como os filhos corruptos do sacerdote Eli em 1Sm 2,12 (depois Beliar foi tomado como nome próprio em relação ao poder do mal (cf. Sl 18,5; 2Cor 6,15 etc.). Aqui soa como em Dt 13,14: “Homens vagabundos, procedentes do seu meio, seduziram os habitantes da sua cidade, dizendo: ‘Vamos servir a outros deuses que não conhecestes’”.

Segundo o autor, é este grupo apóstata do meio dos judeus que toma a iniciativa do mal. Antíoco os acompanhara e ultrapassará. A Bíblia do Peregrino (p. 953) comenta a atração da cultura grega (helenista): Essa cultura tinha muito a oferecer em artes, ciências e políticas aos povos da Ásia. Por outro lado, costumava respeitar as tradições locais… Mas a atitude separatista dos judeus lhe tinha acarretado primeiramente desprezo, depois rancor, ódio e calunias. Muitos deles não queriam ser diferentes. Disso não se segue uma apostasia religiosa, mas uma interpretação flexível da Lei. Poderíamos falar de uma secularização da vida civil.

Estas palavras agradaram, e alguns do povo entusiasmaram-se e foram procurar o rei, que os autorizou a seguir os costumes pagãos (vv. 12-13).

Historicamente, pelas circunstâncias, as concessões iniciais do grupo progressista levaram a graves consequências, e o autor projeta os resultados finais nas intenções iniciais. As inovações ainda não se identificavam com as praticas idolátricas que o rei greco-seleucida imporia sete anos mais tarde, mas multiplicavam as ocasiões de nelas se participar.

Era necessária a autorização do rei para derrogar as observâncias das leis nacionais garantidas por Antíoco III em 200 a.C. (cf. 2Mc 4,9). A Bíblia de Jerusalém (p. 788) comenta o termo “pagãos” ou “gentios”: lit. “nações”: é o equivalente da palavra hebraica “goyim”, que designa muitas vezes as nações pagãs, por oposição a “am“ que é o “povo” de Israel (notar, porém, as exceções em 3,59; 8,23s; 9,29; cf. Gn 12,2; Ex 32,10 etc.).

Edificaram em Jerusalém um ginásio, de acordo com as normas dos gentios. Aboliram o uso da circuncisão e renunciaram à aliança sagrada. Associaram-se com os pagãos e venderam-se para fazer o mal (vv. 14-15).

A praça de esporte, o “ginásio” chegava a constituir um centro de vida urbana. A Bíblia de Jerusalém (p. 788s) comenta: Era uma instituição esportiva e também cultural onde os jovens atletas, chamados “efebos”, exibiam-se completamente nus (gr. “gymnós” –nu) nos vários exercícios de corrida, luta, lançamento do disco e do dardo. Consistia numa vasta praça rodeada de pórticos, com vários anexos cobertos. Conforme 2Mc 4,10-15 foi o próprio sumo sacerdote usurpador, Jasão, quem construiu o ginásio de Jerusalém, bem perto do templo.

Treinando nus, os jovens judeus sentiam vergonha da circuncisão, que parecia uma estranha mutilação. “Aboliram o uso da circuncisão”, lit. “refizeram seu prepúcio” (cf. 1Cor 7,18). A Bíblia do Peregrino (p. 953) comenta: Dissimulando-a com uma operação cirúrgica rompiam com o sinal patriarcal da aliança (Gn 17,9-14). “Associaram” lit. “tornaram-se parentes” é talvez a expressão empregada para designar a prostituição sagrada de Baal Fegor (Sl 106,28). Vender-se é renunciar à liberdade e tornar-se escravo.

Então o rei Antíoco publicou um decreto para todo o reino, ordenando que todos formassem um só povo, obrigando cada um a abandonar seus costumes particulares (v. 41).

O texto da nossa liturgia saltou os vv. que descrevem como a situação piorou aos poucos: Primeiramente, o rei Antíoco IV Epífanes se apoderou dos utensílios preciosos do templo para pagar suas tropas e os pesados tributos a Roma (vv. 21-24). O saque do templo, porém, ainda não é profanação formal. Dois anos depois, o rei saqueou a cidade (vv. 29-40). O terceiro ataque vai agora contra todo o povo de Israel e suas instituições.

Antíoco IV Epífanes revogou o edito de tolerância do seu pai Antíoco III do ano 200 que reconhecia a lei de Moisés como estatuto legal para os judeus (como os reis da Pérsia haviam feito após o exílio). Com o novo edito de Antíoco IV não há mais liberdade religiosa (só será restabelecida por Antíoco V, cf. 6,57-61; 2Mc 11,22-26). Ele pretende destruir pela força a identidade religiosa e cultural dos judeus, para fundi-los na grande unidade grega (helenismo).

A Bíblia do Peregrino (p. 956) comenta: Chegados a esse ponto, o colaboracionismo se transforma em apostasia formal, em perda de identidade. O autor, que pertence ao partido contrário, quase se alegra em ter razão: pediram licença e agora recebem uma proibição, buscavam acomodar-se com bons modos e agora têm de submeter-se a contragosto. Com visão histórica, o autor dá inicio à sua narração com este decreto, quando o inimigo retira a máscara. Mas a repressão provoca a rebelião. Com boas maneiras, muitos judeus posteriores da diáspora se helenizaram sem perder sua identidade religiosa; mas a intolerância de Antíoco foi um catalisador da identidade nacional.

Todos os pagãos acataram a ordem do rei e inclusive muitos israelitas adotaram sua religião, sacrificando aos ídolos e profanando o sábado (vv. 42-43).

A religião do rei era o culto a Zeus Olímpico, deus cósmico que lhe pareceu um fator excelente de unidade (cf. 2Mc 6,2; Dn 11,38). “Quem não cumprisse a ordem do rei incorria em pena da morte” (v. 50). “Sacrificando aos ídolos e profanando o sábado”, muitos cedem diante da força, e participam do culto oficial do rei, menos um reduto de resistência (cf. o livro de Judite e Dn 3).

A Bíblia do Peregrino (p. 956) comenta: A idolatria formalmente provoca a desistência em terreno religioso. Se houve judeus formalmente apóstatas [que negam sua fé explicitamente], sobretudo na diáspora do Império, seria exagerado dizer que todos os colaboracionistas foram idólatras. O autor tem interesse em ligar estreitamente “religião oficial” e “legislação estrangeira”, porque a legislação judaica é religiosa, vem de Deus.

No dia quinze do mês de Casleu, no ano cento e quarenta e cinco, Antíoco fez erigir sobre o altar dos sacrifícios a Abominação da desolação. E pelas cidades circunvizinhas de Judá construíram altares (v. 54).

A data da era selêucida (contada a partir da primavera) foi escolhida por ser aniversariante do rei no dia 25 deste mês (cf. v. 59). Estamos em dezembro de 167.

O ápice simbólico acontece com a profanação do “altar dos sacrifícios” no templo de Jerusalém. Um ídolo, ou antes um altar novo, não consagrado, tornaram o altar execrável. A “abominação da desolação” (Dn 9,27; 11,31; 12,11; cf. Mc 13,14p) era o altar de Baal-Shamem (deus fenício: senhor do céu) ou Zeus Olímpico, erigido sobre o grande altar dos holocaustos. O templo recebeu dedicação nova a “Zeus (Júpiter) Olímpico, Senhor do céu” (cf. 2Mc 6,2). O segundo título era aceitável para os judeus; o primeiro era uma tentativa de identificar o Deus hebreu com o pai dos deuses gregos mencionado sem rodeios.

Se para os pagãos esta fusão sincretista era razoável (cf. Zeus-Júpiter; Isis-Istar-Afrodite-Venus, etc.), para os judeus tornava-se intolerável, equivalia a manipular o nome sacrossanto. Anteriormente, os israelitas não tinham visto inconveniente em atribuir a Javé (Yhwh) os títulos de divindades cananeias, Shadday, Elion, El; mas passado certo tempo, evitaram sistematicamente o título de Baal (cf. 1Rs 18 etc.) e nunca tocaram o nome sacrossanto revelado a Moises (Ex 3,14: Yhwh – Javé, depois traduzido por “Senhor”). A mudança do nome pessoal e intransferível não era questão secundária, porque no templo de Jerusalém residia, por eleição divina, “o nome do Senhor” (cf. Dt 12,4s.11; Ml 1,11).

Queimavam incenso junto às portas das casas e nas ruas. Os livros da Lei, que lhes caíam nas mãos, eram atirados ao fogo, depois de rasgados. Em virtude do decreto real, era condenado à morte todo aquele em cuja casa fosse encontrado um livro da Aliança, assim como qualquer pessoa que continuasse a observar a Lei (vv. 55-57).

Com a exposição do decreto e da execução (vv. 41-54) pode-se compor uma lista de valores essenciais que eram atacados: sábado e circuncisão (sinais da aliança com Abraão e com Moisés), o altar e os sacrifícios, os alimentos e o livro da aliança, a Lei.  “Os livros da Lei” são aqui a Lei de Moisés (Torá, ou Pentateuco, os primeiros cinco livros da Bíblia); com efeito era a legislação mosaica que era visada pelo decreto real. O “livro da aliança” poderia ser um fragmento do Êxodo (cf. o código da aliança, Ex 21-23) ou do Deuteronômio (o núcleo Dt 12-26); talvez o decálogo com introdução e comentário (cf. Sl 50,16).

Mas muitos israelitas resistiram e decidiram firmemente não comer alimentos impuros. Preferiram a morte a contaminar-se com aqueles alimentos. E, não querendo violar a aliança sagrada, esses foram trucidados (vv. 62-63).

Começa a resistência dos mártires (cf. o de Eleazar em 2 Mc 6 e o da mãe e seus sete filhos em 2 Mc 7; leituras dos próximos dias). Com certeza os gregos consideravam especialmente ridículos certos tabus alimentares dos judeus: não comer carne de porco, etc.

Uma cólera terrível se abateu sobre Israel (v. 64).

A Bíblia do Peregrino (p. 957) comenta: O conjunto da perseguição é uma etapa da “colera” divina, como no esquema de Jz 2,11-20 (também em 2Mc). Mas por quais pecados sobrevém a ira? O autor pensa talvez no abandono de muitos israelitas, anterior ao decreto de perseguição. A frase é um pilar de estrutura geral do livro.

Evangelho: Lc 18,35-43

Lc omitiu o pedido dos filhos de Zebedeu (Mc 10,35-45p, Lc preservou apenas sua conclusão inserindo-a no relato sobre a última ceia: 22,24-27), mas volta a seguir o relato de Mc sobre a última etapa da viagem de Jesus a Jerusalém, copiando a cura do cego em Jericó (evangelho de hoje) e acrescentando a visita na casa de Zaqueu nesta mesma cidade (evangelho de amanhã).

O cego que reconhece o Messias contrasta com a cegueira mental dos doze apóstolos. O rico Zaqueu que se converte revela o que é possível para Deus (cf. 18,24-27p). O cego, sem ver, já conhece o Filho de Davi; Zaqueu procura ver para conhecê-lo.

Quando Jesus se aproximava de Jericó, um cego estava sentado à beira do caminho, pedindo esmolas (v. 35).

Jericó impõe uma descida profunda antes da subida definitiva para Jerusalém. É uma cidade muito antiga (cf. Jz 6), situada perto da foz do Rio Jordão no mar Vermelho. É chamada a cidade das palmeiras. O clima é agradável. Lá Herodes tinha construída sua residência de inverno para escapar do frio em Jerusalém.

Esta cura do “cego sentado à beira do caminho”, Lc copiou de Mc 10,26-52 (cf. Mt 20,29-34) com leves modificações, por ex., em Lc, falta o nome do cego que Mc mencionou (Bartimeu, filho de Alfeu). Em Mc, Jesus o encontrou ao sair da cidade; em Lc, na entrada da cidade, “quando se aproximava de Jericó”, porque vai encontrar ainda Zaqueu dentro da cidade (19,1s).

Ouvindo a multidão passar, ele perguntou o que estava acontecendo. Disseram-lhe que Jesus Nazareno estava passando por ali (vv. 36-37).

Em Lc, o cego pergunta sobre “o que estava acontecendo” (cf. 24,17-19). O povo identifica Jesus apenas como seus dados civis: nome e naturalidade, “Jesus de Nazaré” (lit., o “nazoreu”, forma semítica bastante rara nos evangelhos sinóticos fora Mt 2,23 e 26,71, mas empregada várias vezes por Lc em At 2,22; 3,6; 4,10; 6,14; 22,8; 24,5; 26,9).

Então o cego gritou: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” (v. 38).

O cego, porém, identifica Jesus como Messias, “filho (descendente, sucessor) de Davi” (cf. 2Sm 7; Mt 1,1; 9,27; 12,23; 15,22; 21,9.15; Mc 10, 48p; 12,35p; Lc 1,32; Jo 7,42; At 2,30; 12,22s.30-33; Rm 1,3). Um grito perigoso tal perto da residência de Herodes (cf. Mt 2). Esta aclamação já prepara a aclamação do povo na entrada de Jerusalém (19,27-40p).

As pessoas que iam na frente mandavam que ele ficasse calado. Mas ele gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem piedade de mim!” (v. 39).

O cego, que não calcula a distância, grita, por mais que o repreendam. É o grito genérico: “Tem piedade” (17,13; Sl 6,3; 9,14; 41,5.11; 57,2; 123,3). Só em Lc, os muitos que o repreendem, são caracterizados como “as pessoas que iam na frente”; é uma alusão aos apóstolos, ou seja, às lideranças na Igreja de Lc que deviam prestar mais atenção ao “grito dos excluídos” (pobres, deficientes, mendigos etc.).

Jesus parou e mandou que levassem o cego até ele. Quando o cego chegou perto, Jesus perguntou: ”O que queres que eu faça por ti?” O cego respondeu: “Senhor, eu quero enxergar de novo.” (vv. 40-41).

Jesus manda que ele se aproxime para dialogar e lhe pede que especifique o pedido. Jesus nos pede que lhe peçamos, com fé. Uma esmola já seria piedade (Sl 112,5); será muito pouco para a generosidade de Jesus.

Jesus disse: “Enxerga, pois, de novo. A tua fé te salvou.” No mesmo instante, o cego começou a ver de novo e seguia Jesus, glorificando a Deus. Vendo isso, todo o povo deu louvores a Deus (vv. 42-43).

A cura do cego acontece imediatamente (cumpre-se a profecia de Nazaré em 4,18; cf. Is 29,18; 35,5-6). Sua fé o salvou (cf. 7,50; 8,48; 17,19). O homem curado não é despedido (“vai em paz”; cf. 7,50; 8,48; 17,19), mas “seguia Jesus”. Enquanto Mc destacou que o cego curado “seguia-o pelo caminho” (o último discípulo de Jesus antes da sua paixão), Lc conclui a narração com um final costumeiro de milagre: “dar glória a Deus” (cf. 2,20; 5,25s; 7,16; 13,13; 17,15.18; 18,43; At 4,21) e “louvor” (18,43; 19,37; At 3,8s) que já prepara a aclamação do povo na entrada de Jesus em Jerusalém (19,37).

A Bíblia do Peregrino (p. 2518) comenta: Se é importante e significativa a cura que Jesus efetua (Is 35,5-6), não o é menos no relato a confissão do cego em três tempos. Primeiro reconhece-o como Messias, sucessor de Davi” (Jr 33,15; Ez 34,23-24; 37,24), depois chama-o de Senhor (cf. Fl 2,11), finalmente dá glória a Deus e segue Jesus. É um itinerário para todos os que se convertem: podemos recordar que o batismo se chamou “iluminação” (cf. Hb 6,4; 10,32); estes a fé salva.

O site da CNBB comenta: Jesus passou toda a sua vida fazendo o bem para manifestar o amor de Deus para conosco. Quando Jesus realiza curas, quer mostrar que o amor de Deus pelos homens faz com que as pessoas não fiquem à margem do caminho pedindo esmolas, mas com que cada um tenha condições de seguir o seu próprio caminho. É por isso que ele tem compaixão do cego e o cura. Após o processo de libertação, todos são convidados a seguir o próprio caminho, sendo que alguns, como é o exemplo do cego do Evangelho de hoje, resolvem seguir o caminho de Jesus. Quando Jesus cura, não tira a liberdade da pessoa. Aqueles que depois de curados resolvem segui-lo, o fazem de livre e espontânea vontade, mas tornam-se um motivo para que todos glorifiquem a Deus.

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