25 de outubro de 2016 – Terça-feira, 30ª semana

Leitura: Ef 5,21-33

Depois de abordar a vida nova em Cristo a partir do batismo e da renúncia dos costumes pagãos (4,17-5,20), o autor da carta entra no campo da moral doméstica, começando pelo relacionamento dos esposos.

A Nova Bíblia Pastoral (p. 1431) comenta nossa leitura: Trata-se das relações entre marido e mulher, a partir do modelo da família típica da sociedade romana patriarcal. As afirmações contrastam com outros textos paulinos, como Gl 3,28, que propõe anular as divisões entre judeu e grego, escravo e livre, homem e mulher. Mesmo assim, uma leitura atenta do texto permite perceber as motivações profundas para o relacionamento familiar.

A comparação usa como imagem a relação entre Cristo e a igreja, comum na Bíblia, como convivência de esposo e esposa (2Cor 11,2). A relação de amor entre Cristo e a igreja é o modelo de todas as demais relações conjugais. O outro lado da comparação é a convivência entre as pessoas. O texto começa justamente recomendando a submissão de uns aos outros em Cristo (v. 21). Trata-se, portanto, do comprometimento cristão de serviço e amor. A partir dessas motivações, traça algumas recomendações às esposas, e muitas outras aos maridos (Rm 7,1-11).

A Bíblia do Peregrino (p. 2812) comenta: Texto extraordinário que a uma visão do matrimônio condicionada culturalmente sobrepõem uma simbologia que transcende e sublima. A concepção cultural estabelece a desigualdade: o marido ama, a mulher se submete. O símbolo consiste em extrair do Gênesis Adão e Eva como casal fundacional e exemplar, para ascender o antítipo, o Messias e a Igreja. Além disso, o símbolo estabelece um exemplo ou modelo: não são Cristo e a Igreja que reproduzem a experiência conjugal, mas é ao contrário. O AT preparou generosamente esse símbolo com a imagem de Yhwh esposo e a comunidade ou a capital esposa (Os 2; Is 1,21-25; 5,1-7; Jr 2,1; 3,1-5; 31,21-22; Ez 16; Is 49; 54; Br 4-5); temos de destacar a comparação audaz de Is 62,5. Os últimos capítulos do Apocalipse utilizam esse símbolo para concluir a Bíblia.

Vós que temeis a Cristo, sede solícitos uns para com os outros (v. 21). 

Este é o versículo programático do que se segue. Como em outras frases inspira se na reciprocidade do amor cristão, “mutuamente”, ou seja “amai-vos uns aos outros” (Jo 13,34; 15,12; cf. Gl 5,14; Cl 3,13s), “amar o próximo como a si mesmo” (Lv 19,18; cf. Mc 12,31p; Mt 7,12p; Rm 13,9; Gl 5,13s). Este princípio de amor cristão aplica às exortações dos cônjuges, pais e filhos, servos e patrões (Ef 5,22-6,9; Cl 3,18-4,1): a reciprocidade é introduzida entre os deveres dos membros considerados fortes (maridos, pais, senhores) e dos membros considerados por fracos (esposas, crianças, escravos).

Ef reproduz a exortação de Cl 3 sobre as relações novas e introduz um desenvolvimento característico sobre a união de Cristo e da Igreja, que dá ao capitulo uma dimensão totalmente nova.

As mulheres sejam submissas aos seus maridos como ao Senhor (v. 22)

Primeiro Paulo fala da obrigação da mulher, em três versículo (vv. 22-24),

Estas frases, porém, parecem aumentar ainda mais o machismo da sociedade antiga, comparando a posição do marido com a de Cristo, mas é só o início da exortação (vem ainda os deveres dos homens). Contra interpretação machista, não se deve esquecer o princípio da reciprocidade enunciado em v. 21.

Machistas e fundamentalistas costumam citar o v. 22 fora do contexto exigindo a submissão apenas da mulher. Mas a frase anterior (o mesmo verbo no texto grego: ser solícito, ser submisso!) e as seguintes exortam claramente para um amor mútuo e recíproco entre esposo e esposa. Amor cristão não é submeter o outro, mas se colocar a serviço do outro (cf. v. 25).

Pois o marido é a cabeça da mulher, do mesmo modo que Cristo é a cabeça da Igreja, ele, o Salvador do seu Corpo. Mas como a Igreja é solícita por Cristo, sejam as mulheres solícitas em tudo pelos seus maridos (vv. 23-24).

O simbolismo dessa imagem tem suas raízes profundas no AT, que representa muitas vezes o povo de Israel como a esposa de Javé (Os 1-3 etc.).

A comparação (“como”, v. 22) passa à equação (“é”): cabeça-corpo = marido-mulher = Cristo-Igreja. Mas a proporção não é idêntica, por causa da soberania única do Cristo “Senhor” (quando 2Jo 1 chama “Senhora” (Kyria) a uma comunidade eclesial local, o título tem outro alcance), e por seu título de “Salvador” (v. 23).

A Tradução Ecumênica da Bíblia (p. 2274s) comenta: Vários comentadores propõem a seguinte pontuação: “como Cristo é a cabeça da Igreja. Ele é o Salvador do seu corpo, mas como a igreja é sujeita a Cristo …”, querendo, desta maneira, distinguir bem a função de cabeça exercida por Cristo sobre a Igreja, que também é a do marido com relação à mulher, da função de Salvador que, por sua vez, não pode ser aplicada ao marido com relação a mulher. Mas esta dissociação força o texto que, longe de encarar a autoridade de Cristo sobre a Igreja como um poder dominador, funda-a, ao contrário, no amor daquele que é o Salvador do seu corpo e se entrega por aquela a quem ama. Os vv. 28 e 29 mostram que, embora o marido não seja salvador da mulher (é o sentido restritivo do “mas” no começo do v. 24), o seu papel de chefe funda-se igualmente no amor e no dom de si mesmo.

Maridos, amai as vossas mulheres, como o Cristo amou a Igreja e se entregou por ela (v. 25).

Agora começa a parte dirigida aos maridos, muito mais longa (vv. 25-33) porque vai na contramão da dominação machista da época. O autor inspira-se no amor mútuo do novo mandamento (Jo 13,34; 15,12: “amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”) e do exemplo de Cristo que serviu a Igreja (cf. Mc 10,45: “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida …”), lavando os pés dos discípulos (Jo 13) e entregando sua vida na cruz como gesso supremo de amor (Jo 15,12s). Portanto, se a mulher deve se submeter ao homem, então o homem deve servir a mulher e dar a vida por ela.

A Bíblia do Peregrino (p. 2812) comenta: Que não se deixe passar em branco a afirmação: a Igreja está submetida a Cristo. O amor conjugal de Cristo o leva ao sacrifício de si mesmo.

A Tradução Ecumênica da Bíblia (p. 2275) comenta: A relação conjugal funda-se na relação Cristo-Igreja que, por sua vez, é iluminada, pela relação conjugal. Este desenvolvimento, esboçado em 2Cor 11,2, reproduz a pregação dos profetas sobre a aliança conjugal entre Deus e Israel (cf. Os 1-3, etc.). Ef 5,28-31 associa-lhe a referência à narrativa da criação da mulher (Gn 2,21-24), que faz aparecer a esposa como a própria carne (corpo) do marido, reprodução dele mesmo. O tema do corpo de Cristo encontra aqui sua expressão mais perfeita. Melhor ainda com a ideia de cabeça, o tema do esposo e da esposa permite, com efeito, precisar a autoridade de Cristo fundada no seu sacrifício, a responsabilidade da Igreja, e a recíproca intimidade de ambos, sem confusão nem separação.

Ele quis assim torná-la santa, purificando-a com o banho da água unida à Palavra (v. 26).

O casamento é o ponto de comparação. Antes da celebração e união matrimoniais, toma-se um banho. O banho na Igreja é o batismo como purificação dos pecados; é também consagração, santificação (”torná-la santa”) pelo gesto sacramental e pela Palavra. A Bíblia de Jerusalém (p. 2203) comenta: O batismo só vale se acompanhado da proclamação da Palavra, expressa pela evangelização do ministro e pela profissão de fé do batismo (1,13; f. Mc 16,15s; At 2,38; Rm 6,4; 1Pd 1,23).

A Tradução Ecumênica da Bíblia (p. 2275) comenta: Lit. purificando-a pelo banho da água numa palavra. Ez 16,9 já evoca a entrada de Israel na aliança, graças à imagem do banho; segundo os costumes orientais, a noiva era banhada e adornada. A alusão do batismo é evidente (Tt 3,3-7); este é apresentado como um ato único, realizado na cruz, e concernente ao conjunto da Igreja. – A purificação pela palavra aparece também no quarto evangelho (cf. Jo 15,3; cf. também Jo 13,6.11). Aqui, a menção da palavra foi compreendido como uma evocação da confissão de fé do batizado.

Ele quis apresentá-la a si mesmo esplêndida, sem mancha nem ruga, nem defeito algum, mas santa e irrepreensível (v. 27). 

A beleza “sem mancha nem ruga“ pertence ao casamento. “Apresentar” é a função do ninfagogo, aquele que conduz a noiva (Igreja) ao noivo (Paulo em 2Cor 11,2; João Batista em Jo 3,29; em Gn 2, o próprio Deus apresenta Eva a Adão); aqui, o próprio Cristo faz o papel de ninfagogo seu.

A Bíblia de Jerusalém (p. 2203) comenta: Segundo os costumes do antigo Oriente, a noiva era banhada e lavada, depois os “filhos das bodas” (= os amigos dos noivos) iam apresentá-la ao seu noivo. No caso místico da Igreja, foi Cristo que lavou sua noiva de toda mancha pelo banho do batismo (notar a menção expressa de uma formula batismal), para apresentá-la a si mesmo (cf. 1Ts 5,8).

Assim é que o marido deve amar a sua mulher, como ao seu próprio corpo. Aquele que ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Ninguém jamais odiou a sua própria carne. Ao contrário, alimenta-a e cerca-a de cuidados, como o Cristo faz com a sua Igreja; e nós somos membros do seu corpo! (vv. 28-30).

O amor próprio já motivou o mandamento “Amar o próximo a si mesmo” (Lv 19,18; cf. Mc 12,31p; Mt 7,12p; Rm 13,9; Gl 5,13s), aqui traduzido: cada homem ama e cuida do seu corpo, fonte de prazer, por isso deve amar a sua esposa, que é a mais próxima dele, porque se tornou “uma só carne” (citado no próximo v. 31).

“Alimentar” e “cuidar”, com relação afetuosa e terna, correspondem à vida conjugal (ver as exigências em Ex 21,10). Após “membros do seu corpo”, uma variação antiga do texto (Vulgata) acrescenta: “tirados da sua carne e dos seus ossos” (Gn 2,23), reforçando assim a referência a Gn 2,24 que segue.

Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne (v. 31). 

O autor cita Gn 2,24, texto que Jesus já cita em Mc 10,6-7p (junto com Gn 1,27) a respeito. Sem que a carta de Ef o diga, alguns Padres aludem a Jesus, comentando que o Filho de Deus abandona o Pai para unir-se à sua Igreja (como a novo Adão a sua nova Eva).

A Tradução Ecumênica da Bíblia (p. 2275) comenta o conjunto destes vv.: A relação conjugal funda-se na relação Cristo-Igreja que, por sua vez, é iluminada, pela relação conjugal. Este desenvolvimento, esboçado em 2Cor 11,2, reproduz a pregação dos profetas sobre a aliança conjugal entre Deus e Israel (cf. Os 1-3, etc.). Ef 5,28-31 associa-lhe a referência à narrativa da criação da mulher (Gn 2,21-24), que faz aparecer a esposa como a própria carne (corpo) do marido, reprodução dele mesmo. O tema do corpo de Cristo encontra aqui sua expressão mais perfeita. Melhor ainda com a ideia de cabeça, o tema do esposo e da esposa permite, com efeito, precisar a autoridade de Cristo fundada no seu sacrifício, a responsabilidade da Igreja, e a recíproca intimidade de ambos, sem confusão nem separação.

Este mistério é grande, e eu o interpreto em relação a Cristo e à Igreja (v. 32).

A Bíblia de Jerusalém (p. 2203) comenta: No texto do Gênesis, Paulo descobre uma prefiguração profética da união de Cristo e da Igreja, “mistério” que ficou escondido por muito tempo e foi agora revelado, assim como o “mistério” mistério do salvamento das nações (cf. 1,9s; 3,3s).

A palavra grega mystérion é traduzida em latim por sacramentum. Para as Igrejas católicas e ortodoxas, a celebração do matrimônio é um “sacramento”. Nas igreja protestantes, é apenas uma benção (Lutero: casamento é uma coisa do mundo).

A Tradução Ecumênica da Bíblia (p. 2275) comenta: O pensamento judaico gostava de especular sobre o início do Genesis para captar o seu sentido profundo (cf. as alusões de 1Cor 11,2-16; 15,44-49). Aqui, a epistola parece opor, a outras interpretações que recusa, a explicação de Gn 2,24 em favor da qual ela empenha a autoridade apostólica. O apostolo, que recebeu revelação do mistério, descobre aqui um novo aspecto do mesmo: a união conjugal de Cristo e da Igreja. O casamento tem a vocação de refletir esta união; portanto, não depende simplesmente das exortações morais, mas situa-se no coração do mistério e adquire uma significação propriamente cristã.

Em todo caso, cada um, no que lhe toca, deve amar a sua mulher como a si mesmo; e a mulher deve respeitar o seu marido (v. 33).

“A mulher deve respeitar” (lit. temer, repisando o “temer a Cristo” no v. 21 que vale para todos). O amor e o temor a Deus não se contradizem. No verdadeiro amor não se perde o respeito. No consentimento da celebração do matrimonial homem e mulher se afirmam mutuamente: “… te prometo, ser fiel, amar-te e respeitar-te”.

Evangelho: Lc 13,18-21

No caminho a Jerusalém, Jesus conta outras parábolas, desta vez duas parábolas concisas, comparações sem armação narrativa, que ilustram o dinamismo do reinado de Deus e do seu poder transformador no anúncio da Boa Nova. As duas parábolas transmitem uma mensagem de paciência e esperança; no contexto de Lc reagem às dúvidas a respeito da hostilidade crescente que as palavras e ações de Jesus enfrentam (vv. 14.17) e a respeito da chegada do reino (não só na parusia, na volta triunfal de Jesus).

Jesus dizia: “A que é semelhante o Reino de Deus, e com que poderei compará-lo? Ele é como a semente de mostarda, que um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore, e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos” (vv. 18-19).

Lc encontrou esta parábola já em Mc 4,30-32 e preservou a pergunta (Lc gosta de perguntas didáticas ou retóricas). As concordâncias com Mt 13,31s contra a versão mais antiga de Mc são significativas: “um homem”, “árvore”, “abrigam em seus ramos”, e a segunda parábola (do fermento, em seguida) falta em Mc. Pode-se pensar em duas possibilidades: Ou havia uma segunda edição de Mc (Deuteromarcos) já com estas diferenças, ou havia outra versão da mesma parábola em Q (a coleção perdida de palavras de Jesus, que Mt e Lc usavam além de Mc). A última tese é mais provável porque Lc colocou esta parábola junto com a do fermento em outro lugar do que Mt e Mc (fora do discurso das parábolas 8,4-18p).

O grão de mostarda tem um tamanho menor que 1 mm, mas a planta madura pode alcançar uma altura de 4 metros nas hortas da Galileia e “estende ramos tão grandes que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra” (Mc 4,32b; cf. Ez 17,23). Is 5 comparou Israel com uma videira (cf. Jo 15); Ez 17 comparou o povo de Deus com uma árvore replantada; Dn 4 comparou o reino de Nabucodonosor com uma “árvore… em cujos ramos se aninhavam as aves do céu” (Dn 4,18). Os pássaros são as outras nações que se abrigam nele. O termo “Reino de Deus” (maior daquele de Nabucodonosor) aparece neste contexto (cf. Dn 2,44; 4,14.31; 7,13-14). A mensagem da parábola é que o reino terá sucesso embora ainda possa parecer pequeno.

Jesus disse ainda: “Com que poderei ainda comparar o Reino de Deus? Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado” (vv. 20-21).

A Bíblia do Peregrino (p. 2503) comenta: A segunda parábola é doméstica. Não conta a quantidade de matéria, mas a energia. Nas duas parábolas intervêm um homem e uma mulher, ao sabor de Lucas. (cf. 15,4-10; 2,22-38 etc.).

Como o grau de mostarda é também o fermento, o Reino de Deus tem um começo modesto, mas um grande desenvolvimento. A imagem do fermento pode ser usada para designar um desenvolvimento bom (como aqui), ou ruim também, “um pouco de fermento leveda toda a massa” (1Cor 5,6; Gl 5,9, cf. Mc 8,15).

A novidade de Jesus é que não se inaugure o Reino de Deus num grande evento apocalíptico (cf. Mc 13p; Lc 17; 21), mas este reinado já começa pequeno, já está perto e atua no meio de nós (cf. Mc 1,15p; Lc 17,20-21) na pessoa de Jesus Cristo, no cotidiano da vida crista. Para Lc não só importa o início pequeno e o grande final, mas a fase do crescimento, todo o tempo da Igreja (cf. At 1,8 etc.).

Sem confundir o reino de Deus com a Igreja, podemos afirmar que o começo modesto e o crescimento enorme se verificaram: Um menino pobre em Belém estava no início de um movimento que evoluiu de doze apóstolos na periferia do Império para uma organização internacional, a Igreja Católica (católica significa para todos os povos), que hoje some mais de um bilhão de pessoas e junto com os outros “ramos” (Igrejas ortodoxos, protestantes,…) representa um terço da população do planeta.

O termo “fermento” foi usado pelo Concílio Vaticano II para caracterizar a missão própria dos leigos e leigas no meio da sociedade: Por vocação própria, compete aos leigos procurar o Reino de Deus tratando das realidades temporais e ordenando-as segundo Deus. Vivem no mundo, isto é, em toda e qualquer ocupação e atividade terrena, e nas condições ordinárias da vida familiar e social, com as quais é como que tecida a sua existência. São chamados por Deus para que, aí, exercendo o seu próprio ofício, guiados pelo espírito evangélico, concorram para a santificação do mundo a partir de dentro, como o fermento, e deste modo manifestem Cristo aos outros, antes de mais pelo testemunho da própria vida, pela irradiação da sua fé, esperança e caridade. Portanto, a eles compete especialmente, iluminar e ordenar de tal modo as realidades temporais, a que estão estreitamente ligados, que elas sejam sempre feitas segundo Cristo e progridam e glorifiquem o Criador e Redentor (LG 31).

O site da CNBB comenta: Muitas vezes falamos que o Reino de Deus é sobrenatural, mas queremos que ele se manifeste em coisas naturais grandiosas. Isto demonstra que na verdade vemos a sua grandiosidade, mas não percebemos a sua natureza, o que faz com que a grandiosidade seja vista a partir da materialidade, o que é um erro, e não a partir da grandiosidade que Deus faz a partir do pequeno, do grão de mostarda ou da levedura do fermento, ou seja, das pequenas coisas que surpreendem os que olham com o olhar da fé a realidade. Deus escolhe as coisas pequenas do mundo para revelar o Reino, e nos mostra a força do seu braço a partir das transformações que os pequenos realizam no dia a dia.

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