29 de Julho de 2017- Sábado dia de St.ª Marta

Marta é a irmã de Maria e de Lázaro (Jo 11,1-2), amigos de Jesus: “Jesus amava Marta, a irmã dela e Lázaro” (11,5). Por isso, a 1ª leitura fala do amor de Deus (1Jo 4,17-16). No evangelho de hoje escutamos a profissão de fé por Marta na cena que precede a ressurreição de Lázaro (Jo 11,19-27). Depois, na sua casa em Betânia, Maria serviu os pratos e Maria ungiu os pés de Jesus (Jo 12,1-3; cf. Lc 7,36-50). Esta característica diferente das duas irmãs se encontra já em Lc 10,38-42 (outra opção do evangelho de hoje).

Leitura: 1Jo 4,7-16

Neste discurso sobre o amor, o autor da carta atinge seu ápice, quando tenta e ousa definir que “Deus é amor” (4,8.16). As palavras preferidas são “amar” e “permanecer”.

Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus.  Quem não ama, não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor (vv. 7-8).

A carta já falava do mandamento do amor mútuo (2,7-11; 3,23; cf. Jo 13,34; 15,12.17; 1Ts 4,9; 1Pd 1,22). Quem guarda os mandamentos é justo e ama, “nasceu de Deus”, então é filho de Deus (2,29; cf. Jo 1,12s). Nossa filiação divina é um “grande presente de amor” do Pai (3,1). Na linguagem bíblica, “conhecer” e “amar” podem significar a mesma coisa (cf. Mt 1,25; Lc 1,34; Gn 4,1.17.25; 19,8; 24,16 etc.), por isso só pode chegar ao conhecimento de Deus quem ama. O amor não se entende teoricamente, sim por experiência inter-humana (vv. 7-8).

Temos três célebres descrições joaninas de que Deus é: “Deus é espírito” (Jo 4,24), “Deus é luz” (1Jo 1,15), e agora “Deus é amor” (1Jo 4,8,16). Mais de trinta vezes em 4,7-5,3 aparecem as palavras “amor” ou “amar”! Religiões antigas veneravam o amor como uma divindade entre outras; o único e verdadeiro Deus é amor, afirma João. A origem do amor é Deus, que é amor infinito e concreto ao mesmo tempo.

No AT, Deus ama seu povo Israel (cf. Is 54,8; Dt 4,37; 10,15; Jr 31,3; Sf 3,17; Ml 1,2). Seu amor eterno é semelhante ao amor de um pai (ou mãe) por seus filhos (cf. Is 1,2; 49,14-16; Jr 31,20; Os 2,25; 11,1-4) ou a paixão de um homem por uma mulher (cf. Is 62,4-5; Jr 2,2; 31,21-22; Ez 16,8.60; Os 2,16-17.21-22; 3,1).

Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados (vv. 9-10).

O amor de Deus é gratuito e iniciativa dele (v. 9). Deus manifestou seu amor na missão do único Filho como salvador do mundo (vv. 7-9; 3,16; 4,14; Jo 3,16; 4,42; cf. Rm 4,24-25; 5,8; 8,31-39) “para que tenhamos vida por meio dele” (cf. Jo 10,10; 14,6; 20,31). Entretanto este amor que se manifesta na história da salvação, revela no mesmo tempo o amor do Pai por seu Filho (Jo 3,35; 5,20; 10,17; 15,9; 17,26). Todo amor vem de Deus (v. 7) e reflete entre nós a própria vida das pessoas na Santíssima Trindade, modelo para a comunidade.

O horizonte de Sb 11,24 é o universo: “Amas todos os seres que fizeste”; o de João é a salvação (v. 14): “vítima da reparação/expiação por nossos pecados” (v. 10; 2,2) é termo do culto sacerdotal do AT (Ex 29,36-37) e evoca o sacrifício voluntario de Jesus na cruz que intercede por nós (cf. Ap 5,9s). Em 3,16 definiu-se: “Nisto conhecemos o amor: ele deu sua vida por nós”. Dar a própria vida em favor dos amados é o “amor maior” de Jo 15,12 (cf. 1Cor 5,5-8).

Caríssimos, se Deus nos amou assim, nós também devemos amar-nos uns aos outros (v. 11).

O comportamento de Deus para conosco (amor, perdão) é modelo das nossas relações recíprocas. Como Deus nos tratou (com amor, compaixão, perdão), nós devemos tratar uns aos outros (cf. Jo 13,34; 15,12; Mt 5,43-48; 18,33; Lc 6,36; Cl 3,12-14).

Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e seu amor é plenamente realizado entre nós. A prova de que permanecemos com ele, e ele conosco, é que ele nos deu o seu Espírito (vv. 12-13). 

A palavra “permanecer” está ligada à importância do amor e da união numa comunidade em crise (cf. 2,19-28; Jo 15). “Ninguém jamais viu a Deus” (Jo 1,18; 6,46; cf. Ex 33,20 com Ex 24,10s; 33,11; Nm 12,8), expressão polêmica contra os adversários “espirituais” que se gabavam de conhecer a Deus por uma intuição direta (cf. Jo 3,13; 5,37; 6,46; 1Tm 6,16). A comunhão (1,3) e a visão (3,2) de Deus estão unidas à caridade (amor). Para os homens, a visão face a face está reservada à felicidade do céu (Mt 5,8; 1Cor 13,12). No amor mútuo, permanecemos em Deus e “ele permanece em nós através do Espírito que ele nos deu” (3,24). O símbolo do Espírito, a pomba, simboliza por sua vez, o amor e a paz (cf. Jo 1,32 com “permanecer”).

E nós vimos, e damos testemunho, que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo.  Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece com ele, e ele com Deus.  E nós conhecemos o amor que Deus tem para conosco, e acreditamos nele. Deus é amor: quem permanece no amor, permanece com Deus, e Deus permanece com ele (vv. 14-16).

Este dom do Espírito (v. 13), anunciado para os últimos tempos (Ez 36,27; 37,14; Jl 3,1-5; At 2,17-21.35) foi infundido nos corações (cf. Rm 5,5; 1Ts 4,8) e aí faz brotar a certeza íntima daquilo que os apóstolos (“testemunhos” oculares: “nós vimos”, cf. 1,1-3) anunciam exteriormente (5,6s; cf. At 5,32). Trata se aqui do estado do “Filho de Deus” (Rm 8,15s; Gl 4,6).

Como sempre na carta de João, o dom do Espírito está ligado à fé (3,23s; 4,2s; 5,5-10): O Espírito inspira o “testemunho” (v. 14; 5,5; cf. Jo 4,42), a confissão de fé no seio da comunidade (v. 15; cf. Rm 10,9) e o conhecimento do amor de Deus (v. 16). “Nós conhecemos… e acreditamos nele” (v. 16): Fé e conhecimento não são idênticos, a fé desabrocha no conhecer (cf. Jo 6,69; 8,31-32; 10,38). Graças a sua fé, os cristãos conhecem doravante (3,16) o amor de Deus que se manifestou.

O autor apresenta mais uma vez a definição e identificação, “Deus é amor” (vv. 8.16), que resume toda a Bíblia. Verdadeiro amor quer eternidade, portanto quer “permanecer”.

 

Evangelho: Jo 11,19-27 (opção: Lc 10,38-42, comentário abaixo)

Jesus recebeu a notícia da doença de Lázaro (v. 3), mas demorou a chegar à casa dos três irmãos, e Lazaro acabou morrendo. Já fazia quatro dias (cf. 39).

Muitos judeus tinham vinda à casa de Marta e Maria para as consolar por seu irmão. Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa (vv. 19-20).

Muitos judeus estão presentes para consolar (cf. o costume de Jr 16,5) e vão assistir em seguida o maior milagre (“sinal” em João), a ressurreição de Lázaro que resultará na sentença de morte para o próprio Jesus (cf. vv. 45-54). Das duas irmãs, Marta é a mais ativa da família (“foi ao encontro dele”), Maria a mais passiva (“ficou sentada”, cf. Lc 10,39s).

Então Marta disse a Jesus: “Senhor se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas mesmo assim, eu sei o que pedires a Deus, ele to concederá” (vv. 21-22).

No diálogo, o relato sobe por degraus ao cume da revelação e fé. Marta se queixa do atraso, mas tem fé em Jesus ainda agora. Ela hesita como diante de uma oração impossível.

Respondeu-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará.” Disse Marta: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia” (vv. 23-24).

Marta entende a resposta de Jesus como consolo conforme a crença já comum sobre a ressurreição no fim dos tempos (cf. Dn 12,2; 2Mc 7,9.11.14.23.29). Crê no poder de intercessão de Jesus, mas não parece incluir o poder de ressuscitar um morto. Mas em 5,21-26, Jesus já havia declarado seu poder escatológico para o tempo presente: “Assim como o Pai levanta os mortos e lhe dá vida, assim o Filho dá vida aos que quer” (5,21).

Então Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?”  (vv. 25-26).

Jesus responde com uma auto-revelação (Eu sou) e uma declaração que levanta o conceito de vida sem dividir o homem.

Depois de “Eu sou o pão da vida” (que desceu do céu; 6,35.41.48.51), “Eu sou a luz do mundo” (8,12), “Eu sou a porta” (10,7.9) e “Eu sou o bom pastor” (10,11.14), mais uma auto-declaração em que Jesus se apresenta como doador de vida com as palavras: “Eu sou…”.

A origem desta auto-representação está no costume antigo de enviar mensageiros para se poder comunicar com outras pessoas à distância (cf. o anjo Rafael em Tb 5,11-13; 12,15). O mensageiro enviado se apresenta a si mesmo ao destinatário. Este costume se aplica aos anjos, mensageiros de Deus e ao próprio Deus Javé (Gn 15,1; Gn 28,13; 35,11; 46,3; Ex 3,6.13s; 6,2; 20,1 etc.). “Eu sou” é o nome divino revelado a Moises em Ex 3,14s: Yhwh (pronuncia-se em português “Javé”), na tradução grega: “Eu sou aquele que sou”. Em Jo se aplica também a Jesus, porque nele Deus se faz definitivamente presente (cf. Jo 8,28.58; 13,19 e também 6,35; 18,5.8). Para Jo, Jesus é o mensageiro (“enviado”) de Deus porque representa a Palavra de Deus em pessoa (“o verbo se fez carne”, 1,14) e ele traz a plenitude da vida (“abundância”, 10,10).

“Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá…”. Embora o fiel seja mortal e morra, quem crê recebe uma vida superior; e se morre a esta vida terrena, sua morte não é o fim. Penhor disso é o que realizará logo em seguida: ressuscitar Lázaro (vv. 38-44). Em Jesus já se encarna a Palavra que é Deus (1,1.14), já se encarna a ressurreição e a vida definitiva, e pode fazer com que os outros participam da sua plenitude (1,16; cf. 10,10). Não se separa a fé em sua pessoa e a esperança nessa vida superior e eterna.

Marta não deve ficar na esfera puramente natural. Jesus dá para o ser humano a vida já concedida e presente, e a ressurreição no final. Em 5,21-29, Jesus já tem falado sobre sua participação no poder do Pai de ressuscitar os mortos que sairão dos túmulos quando ouvirem a voz do Filho de Deus. É precisa crer nisso, por isso Jesus faz a pergunta formal: “Crês isso?”

Respondeu ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo” (v. 27).

Marta responde com uma profissão de fé cristã extraordinária. O “sim” abraça tudo o que Jesus disse; “Senhor” é o título do glorificado (cf. 20,17.28). Reconhece a Jesus o título de “Messias” com seus equivalentes, “Filho de Deus” e “o que há de vir” (6,14; cf. 4,25).

Em Jo, o papel de Marta é apresentado muito positivo. Ela se torna exemplo de fé competente, não só de serviço. O evangelho de João apresenta esta bela profissão de fé de Marta, profissão semelhante ao que rendeu o título “Pedro” para Simão e o primado entre os apóstolos e na Igreja (cf. Mt 16,16-19). Caberia a Marta o primado entre as mulheres (após a mãe de Jesus, cf. 19,25-27)? Mas a primeira testemunha da ressurreição de Jesus será Maria Madalena (20,1s.11-18p; cf. comentário do dia 22). St.º Agostinho chamou Madalena “a apóstola dos apóstolos”. Hoje, como em Lc 10,38-42, há de destacar mais o papel da fé das mulheres que devia ser mais reconhecido na Igreja.

O site da CNBB comenta: A morte de uma pessoa querida é, muitas vezes, causa de desespero para todos nós, pois nos parece que as nossas preces não foram ouvidas. Marta afirma: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido”. Ela mandou chamar Jesus, mas ele não estava presente no momento em que ela tanto precisava. Porém, ela não se desesperou por causa disso, continuou acreditando e o resultado da sua fé foi o retorno do seu irmão à vida, mostrando-nos, assim, que não devemos questionar a ação divina, mas sempre confiar em Deus, que faz tudo para o nosso bem, para a nossa felicidade e para a nossa salvação.

 

Evangelho: Lc 10,38-42 (opcional)

Este evangelho é próprio de Lc que valoriza a participação das mulheres (cf. Lc 1-2; 7,11-16.36-50; 8,1-3; 13,10-17; 15,8-10; 18,1-8; 24,10-11; At 1,14; 9,36-42; 16,14s; 18,2 etc.). No episódio de Marta e Maria, tudo está concentrado na palavra que o conclui. Nas sinagogas e no templo, as mulheres não podiam participar plenamente. Jesus dá a mulher o direito de escutar a Palavra de Deus e não só o dever de servir aos homens.

Paulo valorizava as mulheres (cf. Gl 3,28) e deu a elas o direito de falar na assembleia (1Cor 11,2-16), o qual foi revogado pela terceira geração cristã que escreveu as cartas pastorais (cf. 1Tm 2,11-12) e criou o ministério das viúvas (cf. 1Tm 5,2-16). Paulo chama uma mulher de “diaconisa”, outra de “apóstola” (Rm 16,1.7). Nos Atos, Lc menciona um casal colaborador na missão de Paulo e cita-se o nome da mulher Priscila/Prisca geralmente antes do nome do seu marido, porque ela era a parte mais ativa (cf. At 18,2.18.26; Rm 16,3; 1Cor 16,19;  2Tm 4,19). Todos os evangelistas reconhecem o papel das mulheres no pé da cruz e no primeiro anúncio da ressurreição. St.º Agostinho chamou Madalena “a apóstola dos apóstolos”.

Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa. Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra. Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres. Ela aproximou-se e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todo o serviço? Manda que ela me venha ajudar!” (vv. 38-40).

As duas irmãs são provavelmente as mesmas que em Jo 11,1-40 e 12,1-3, pois elas são descritas com os mesmo traços: Marta empenhada no serviço (Jo 11,20; 12,2), Maria prostrada aos pés de Jesus (Jo 11,32; 12,3). Marta faz uma bela profissão de fé em Jo 11,27 (comparável à de Simão Pedro em Mt 16,16). A preferência em Lc, porém, é de Maria, sentada aos pés de Jesus escutando a Palavra (atitude de discípulo: os alunos sentavam-se no chão aos pés do mestre, cf. 8,35; 10,39; At 22,3)

O Senhor, porém, lhe respondeu: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada” (vv. 41-42).

Lc prefere chamar Jesus de “Senhor” (cf. 2,11; 7,13.19; 10,1.39.41; 12,42; 13,15; 17,5s; 18,6; 19,8; 22,61; 24,34). Chamar o nome da mulher duas vezes indica que uma atitude precisa ser corrigida. A preocupação central deve ser a do Reino de Deus (cf. 12,31p). Jesus passa da perspectiva da refeição (“pouca coisa é necessária”) a do único necessário (em 10,42 tem variação do texto: “no entanto, uma só coisa é necessária”, ou “no entanto, pouca coisa é necessária”). A palavra de Jesus passa adiante de toda preocupação temporal (cf. 12,31p), e na obra de Lc, o texto é comparável ao de At 6,2 (a instituição dos diáconos para que os apóstolos possam servir melhor a Palavra).

No contexto do “amor a Deus e ao próximo” (vv. 25-37), nosso episódio seja talvez uma correção para valorizar mais a contemplação (meditação da Palavra), e não só o ativismo (serviço social, cf. o bom samaritano nos versículos anteriores). O papa Francisco resolveu não morar no palácio apostólico, mas na Casa St.ª Marta, junto com outros hóspedes. Também frisou que a Igreja não é apenas uma ONG, mas vive de espiritualidade.

As duas atitudes humanas que devem estar em equilíbrio. Assim S. Bento deu sua regra “Ora et labora” (reze e trabalhe, pode se completar: e estude). O fundador da comunidade ecumênica de Taizé, Frei Roger Schütz, falava de “luta e contemplação”. A escuta precede e acompanha o serviço. Não se trata de contrapor Marta e Maria como ação e contemplação. O desejo de escutar a palavra de Deus não pode ser cancelado por outras atividades sociais. Devemos dar tempo e espaço para estarmos com Deus e receber dele todo o amor para depois dedicarmo-lo aos outros.

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