Mensagem ao povo de Deus da Arquidiocese de Vitória da Conquista

Ao meu irmão, Dom Luís Silva Pepeu, aos padres, diáconos permanentes, religiosas, religiosos, seminaristas, líderes das comunidades, pastorais, movimentos e serviços e aos homens e mulheres de boa vontade que estão no território desta Igreja particular, tão querida ao coração de Deus e desde agora também ao coração de seu novo pastor.

            Foi com o sentimento de grande alegria que recebi, através da Nunciatura Apostólica, na pessoa do Senhor Núncio, Dom Giovanni D’Aniello, a notícia da minha nomeação para Arquidiocese de Vitória da Conquista na condição de 3º Arcebispo, sucedendo a um irmão tão querido, Dom Luís Gonzaga Silva Pepeu, OFMCap. Na medida em que o Senhor Núncio falava comigo tão serenamente me incentivava a acolher a decisão do Santo Padre e, interiormente, eu entendia que era um chamado divino ao qual eu deveria me abandonar, como no início da minha vocação.

            Desde que saí da casa de meus pais para o Seminário Central da Bahia, em Salvador, sempre percebi que a Providência Divina conduz a minha vida.  Foi assim no tempo que exerci o serviço presbiteral e episcopal em Salvador, assim aconteceu nesses oito anos e sete meses em Barreiras e estou seguro que não será diferente agora que recebo uma missão que supera as minhas capacidades humanas. Vitória da Conquista e os outros municípios que compõem a Arquidiocese se constituem um centro de desenvolvimento socioeconômico e cultural de grande relevo no Estado da Bahia, cujas exigências não me são desconhecidas.

Então, devo prosseguir para poder continuar realizando o propósito da minha ordenação episcopal: “Tu, porém, PROCLAMA A PALAVRA, insiste, no tempo oportuno e inoportuno, refuta, ameaça com toda paciência e doutrina” (II Tim 4,2).

            Foi sob o olhar de Nossa Senhora do Carmo que recebi o batismo e diante de Nossa Senhora da Conceição de Salinas da Margarida tive a graça de receber pela primeira vez o Sacramento da Reconciliação e a Primeira Comunhão. Chegou a hora de viver e trabalhar sob proteção de Nossa Senhora das Vitórias.

Enriquecido pela experiência desses anos de episcopado, sob a intercessão de Maria e de todos os padroeiros das paróquias da Arquidiocese, lanço-me na esperança de melhorar ainda mais o meu serviço em favor de seu povo em tempos de fortes desafios e oportunidades num mundo cada vez mais urbano (CNBB, Doc. 109, DGAE 2019-2023).

            Sei que ser Bispo não é um privilégio, mas um serviço e, por isso, tomo como programa as palavras do Papa Francisco: “O Bispo deve favorecer sempre a comunhão missionária na sua Igreja diocesana, seguindo o ideal das primeiras comunidades cristãs, em que os crentes tinham um só coração e uma só alma (cf. Act 4, 32). Para isso, às vezes pôr-se-á à frente para indicar a estrada e sustentar a esperança do povo, outras vezes manter-se-á simplesmente no meio de todos com a sua proximidade simples e misericordiosa e, em certas circunstâncias, deverá caminhar atrás do povo, para ajudar aqueles que se atrasaram e sobretudo porque o próprio rebanho possui o olfato para encontrar novas estradas. Na sua missão de promover uma comunhão dinâmica, aberta e missionária, deverá estimular e procurar o amadurecimento dos organismos de participação propostos pelo Código de Direito Canónico [34] e de outras formas de diálogo pastoral, com o desejo de ouvir a todos, e não apenas alguns sempre prontos a lisonjeá-lo. Mas o objetivo destes processos participativos não há-de ser principalmente a organização eclesial, mas o sonho missionário de chegar a todos” (Evangelii Gaudium, n. 31).

            Deus abençoe a Igreja de Deus que está na Arquidiocese de Vitória da Conquista, na sede e nos outros municípios: Anagé, Barra do Choça, Belo Campo, Caatiba, Cândido Sales, Encruzilhada, Ibicuí, Iguaí, Itambé, Itapetinga, Itarantim, Macarani, Maiquinique, Nova Canaã, Planalto, Poções, Caetanos, Bom Jesus da Serra e Ribeirão do Largo.

            Que a Mãe do Evangelho Vivente interceda por todos!  Em Cristo Jesus,

DOM JOSAFÁ MENEZES DA SILVA
ARCEBISPO ELEITO DE VITÓRIA DA CONQUISTA

Barreiras, 09 de Outubro de 2019

 

BRASÃO EPISCOPAL

DOM JOSAFÁ M. DA SILVA

 

Lema“Praedica verbum” (II Tm 4,2)

Trata-se de uma frase da II Carta de Timóteo, de contexto imediato relacionada com as afirmações conhecidas sobre a “utilidade” das Escrituras (3,15-17), de que o ministro deve ter um profundo conhecimento interior, indispensável para penetrar no contexto da salvação. Enquanto palavra divina é palavra de verdade, de conteúdo absoluto e infinito, de profundidade inexaurível para toda criatura. Desta vem o conhecimento da vontade de Deus (ensinamento), se sabe julgado quando peca (demonstração do pecado), mas ao mesmo encorajados (corrigido), recolocado no caminho de Deus, considera-a justa (educa-se na justiça). Torna-se meio para as necessidades do homem.

O “homem de Deus” vive da palavra de Deus, que o “provê” daquelas “boas obras”, que Deus predispôs que nós realizássemos (Ef 2,10). O homem de Deus, que instrumento escolhido por Deus para a Igreja, ser provido da palavra de Deus é rígido dever. Porque muitos não podem ser providos da palavra de Deus, a responsabilidade dos pastores aumenta, enquanto deve ser capaz de comunicar ao povo eclesial não uma doutrina vaga, mas a própria palavra de Deus, com o seu específico som, a sua força e o seu senso de absoluto.

Compreende-se, então, porque exatamente esta palavra deve ser anunciada pelo ministro da Igreja.

“O pastor conduz o rebanho… O pastor carrega na mão uma vara para golpear, ou melhor, para conduzir e reunir as ovelhas… O pastor carrega também um bastão para ferir o lobo. A vara para as ovelhas e o bastão para o lobo… corrigir os submissos e obedientes com delicadeza, aos rebeldes e insolentes de coração deve repreendê-los com mais energia e, se necessário, feri-los… E finalmente, o bom pastor leva o pão no fardel, isto é, a palavra de Deus em sua memória” (BERNARDO, Sermones vários, Obras Completas, 477).

            No centro do meu ministério, a preocupação com a missão da Igreja no mundo de hoje, marcado pela globalização, pela cultura urbana. Ciente de que a Igreja não vive mais nas condições de cristandade, mas deve fazer com que o nome de Cristo seja conhecido para a salvação do mundo. A minha nomeação é datada de 22 de dezembro e eu a recebi na noite do Natal. Depois de ter celebrado a missa da noite, na comunidade do Coração de Jesus, com minha mãe no Cabula VI. Deus faz brilhar a sua luz num mundo tenebroso. “Deus consola o seu povo” (Is, missa do dia). A luz e a vida do Evangelho, pela ação da Igreja e do meu ministério, deve iluminar os meus contemporâneos. É a responsabilidade que dá o Santo Padre.

                       Insígnias: chapéu prelatício (algum sinal de pescador, que recordam a vida do mar da Galiléia, mas também a minha infância, a minha terra), verde, forrado de vermelho, do qual pendem três fileiras de borlas, também verdes, perfazendo seis borlas de cada lado do escudo; cruz processional de ouro.

            Associando ao simbolismo do pastoreio, a pesca como parábola do cristianismo nos tempos atuais. Invés da satisfação por aqueles que estão nos limites da Igreja, os pastores querem buscar outros. Os pescadores desafiam o ignorado representado pelo mar, recolhem na profundidade do que pode ser o lugar do medo. Não poucos desanimam diante dos grandes desafios. Confiando no Senhor, os discípulos devem lançar as redes, demonstrando obediência e confiança.

            Escudo: Com as cores, simbolizar a vida transcendental e temporal. Simbolizar o amor consolador de Cristo através do meu serviço pastoral ao homem contemporâneo. Alusão a Maria, na sua Imaculada Conceição, o meu Totus Tuos, recordando a minha origem e ministério do Papa João Paulo II, que me chamou ao ministério na comunhão episcopal. Alusão a Santa Terezinha que é a padroeira das missões, intercede pelo meu ministério.

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