“Bento XVI: últimas conversas” é novo livro do Papa Emérito

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Foi lançado no dia 09 de setembro em todo o mundo o livro “Bento XVI. Últimas conversas”, uma entrevista com o escritor alemão, Peter Seewald.

Peter Seewald já publicou três diálogos com Joseph Ratzinger. Dois quando era ainda Cardeal (1996 e 2000) e um na condição de Papa em 2010, intitulado “Luz do Mundo”.

Depois de três anos e meio depois da renúncia, Bento XVI fala com liberdade de vários temas – quase como Papa Francisco nas entrevistas depois das viagens –, inclusive expressa a sua opinião a respeito do Papa Francisco. Fala do conclave que elegeu Papa Francisco, reforma da cúria, capacidade organizativa de seu sucessor e sua atenção para com todos os homens e mulheres deste mundo, sobretudo para com os mais fracos.

Com relação à eleição do Papa Francisco, um Arcebispo latino-americano, escreve: “Significa que a Igreja é dinâmica, aberta, contendo em si novas perspectivas e inéditos caminhos. Não está congelada em esquemas: sempre acontece algo de surpreendente, renovando-se continuamente. Na Igreja acontecem coisas que ninguém esperava. A Igreja está viva e dentro dela brotam muitas novidades”

O Papa Emérito toca também em outras situações de sua vida: infância sob o regime nazista, a descoberta da vocação sacerdotal, os anos difíceis da guerra, os sucessos e as decepções da carreira de professor universitário, as publicações fizeram dele um perito no Vaticano II teologia, ministério episcopal em Munique, o serviço no Vaticano, a ligação forte com São João Paulo II, a eleição ao papado, a renúncia e o retiro silencioso na condição silenciosa de Papa Emérito.

Com relação aos motivos da renúncia, afirma que não foi pressionado por nenhuma pessoa, nem pelos fatos. Diz que não foi por decepção ou coisas do gênero. Estava na condição e com alma pacificado de quem superou muitas dificuldades.

Alguns trechos revelados pelos jornais italianos:

“Um ponto de fragilidade é talvez a minha pouca capacidade de tomar decisões e de governar. Eu sou mais um professor, alguém que reflete e medita sobre as questões espirituais. O governo prático não é o meu forte e de certo modo, uma fraqueza. Mas nem por isso considero um falido. Por oito anos, desenvolvi o meu ministério. Foram anos difíceis, basta pensar no escândalo da pedofilia e no caso Williamson ou também no escândalo Vatileaks”.

“Estou me preparando para a morte. Não no sentido de tomar certas decisões ou assumir novos comportamentos, mas se trata de viver a preparação para superar o juízo de Deus. Trata-se de abandonar este mundo e encontrar-se diante de Deus e dos santos, dos amigos e dos inimigos. Digamos que devo aceitar a finitude desta vida e me colocar diante de Deus. Fico pensando sempre que o fim está se aproximando. Não se trata tanto de imaginar o momento, mas de ser consciente que toda vida tende para esse encontro”.

“O meu sucessor não quis usar o manto vermelho. Isso não me tocou minimamente. Aquilo que tocou foi, ao contrário, que antes de ser apresentado na sacada da Basílica de São Pedro tentou me telefonar, mas não me encontrou porque eu estava diante da televisão. O modo com que rezou por mim, o momento de recolhimento, a cordialidade com saudou as pessoas me impressionaram e a todos imediatamente”.

 

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