A Paróquia Menino Deus celebrou festa de 50 anos de criação

A Paróquia Menino Deus em Cristópolis, celebrou no último domingo (23/02), a Festa de 50 anos de sua criação. O dia da festa começou às 7h com uma procissão e apresentação pelas ruas da cidade, às 10h foi celebrada uma missa de ação de graças pelos 50 anos de missão e evangelização na Diocese de Barreiras. A missa foi presidida pelo Pe. Rárison Milhomens, pároco da Igreja São José – Barreiras, e concelebrada pelos padres, Daniel Luiz, pároco da Igreja Menino Deus e Paulo Sérgio, pároco da Igreja N. S. Aparecida – São Desidério. E contou com a participação do Diácono Sansão e de toda comunidade paroquial.

 

CONHEÇA A HISTÓRIA DA PARÓQUIA MENINO DEUS

Data de Criação da Paróquia

A Paróquia Menino Deus foi criada em 24 de fevereiro de 1970.

Antecedentes de Criação da Paróquia

O início da fé cristã em Cristópolis está ligado ao Diácono Inocêncio Árvore Coqueiro, que nasceu no ano de 1836, em Correntina- Ba. Ele era seminarista da Ordem dos Frades Menores (OFM), frades franciscanos, e veio de Salvador em 1861, com 25 anos de idade, para trabalhar na Missão dos Índios Aricobés, fundada em 1707, dentro do território que hoje é Angical. Era tio do Coronel Antônio Aurora, o fundador de Cristópolis, e foi seu pai de criação.

Faltando um ano para ser ordenado sacerdote, o Diácono Inocêncio foi aconselhado pelos padres a deixar a Missão dos Índios Aricobés para se tratar num lugar mais adequado a sua saúde, devido à suspeita de estar com tuberculose, a doença mais temida de então. Inocêncio retirou-se, então, para a localidade que atualmente é chamada Vereda, dentro do território do município de Cristópolis-Ba. Nessa localidade, Inocêncio construiu uma Igreja dedicada a Santa Clara, formou uma fazenda à qual também deu o nome da Santa Clara e não retornou mais à Missão de Aricobé.

Contudo, Inocêncio continuou a viver o celibato (não se casou e nem teve filhos) e também a trabalhar pela evangelização dos índios aricobés, com a ajuda de sua irmã Maria Aurora Coqueiro Antunes, mãe do Coronel Antônio Aurora. Juntos, catequizavam os índios que vieram fugidos da Missão do Aricobé, depois de terem suas terras invadidas por fazendeiros. Como a Fazenda Santa Clara ficava perto, eles também se deslocavam em dias marcados para irem evangelizar os índios que permaneceram na Missão.

Em 1890, o Diácono Inocêncio deixou a Fazenda Santa Clara para ir morar na Fazenda Buritizinho, na qual surgiu a cidade de Cristópolis. Essa fazenda era do seu sobrinho e filho de criação, Antônio José Antunes, o Coronel Aurora. Ali, ajudou na alfabetização dos filhos de seu sobrinho, junto com sua irmã Maria Aurora. Faleceu em 1901 em Buritizinho com 65 anos e, conforme era seu desejo, foi sepultado na Missão de Aricobé.

Desde 1877, Antônio Aurora celebrava em sua residência as Novenas de Menino Deus, que culminava com uma grande festa no dia de Natal, com a participação de gente da região inteira. Em 1920, ele construiu com recursos próprios a Capela de Menino Deus (conhecida por todos como Igrejinha), que trouxe para Buritizinho, além das Santas Missões, a presença de padres duas vezes por ano.

Anos mais tarde (1937), Francisco Waldemar, neto de Antônio Aurora, foi ordenado padre, sendo o primeiro sacerdote nascido no extremo Oeste da Bahia (Buritizinho). Esse padre será personagem fundamental para a criação tanto do Município, quanto da Paróquia de Cristópolis.

Em 1958, Pe. Francisco Waldemar convidou o Pe. Luís Manuel Vieira, antigo pároco de Barreiras (1919-1929), para morar na casa de sua mãe, Dona Lúcia de Oliveira Antunes, em Buritizinho. Pe. Vieira chegou a Buritizinho em 15 de junho de 1958, estava com a saúde debilitada e tinha 83 anos de idade.

O Pe. Vieira, por onde passou, dedicou-se a construções: foi assim em Barreiras e em Angical, e não seria diferente em Buritizinho. Desse modo, ele se dedicou à construção de uma casa paroquial, cujo terreno e material foram doados por Dona Lúcia Antunes. Em 1959, a casa já estava pronta.

Em maio de 1961, Dona Lúcia também fez a doação de um terreno no qual Pe. Vieira iniciou a construção da Igreja Matriz Nossa Senhora de Fátima, mas não pôde concluí-la, pois teve que se transferir para Salvador em junho do mesmo ano, a fim de se submeter a tratamento de saúde. Faleceu em 1º de maio de 1963 sem retornar para Buritizinho. Então, o Pe. Francisco Waldemar Antunes, que havia sido nomeado Vigário Geral da Diocese de Barra justamente em 1961, mesmo residindo na cidade deBarra, continuou a obra da Igreja matriz, através do auxílio de seu irmão Aureliano de Oliveira Antunes, que administrou a construção.

Em 25 de julho de 1962, a Vila Buritizinho foi emancipada do município de Angical pela Lei nº 1733 de 19.07.1962 e recebeu o nome de Cristópolis (Cidade de Cristo), por influência do Monsenhor Francisco Waldemar Antunes que teve grande participação nessa conquista política.

Relatos sobre a Criação da Paróquia

Em 24 de fevereiro de 1970, o Bispo da Diocese de Barra, Dom Tiago Gerardus Cloin, C.Ss.R, criou a Paróquia de Cristópolis, desmembrando-a da Paróquia Senhora Sant’Ana de Angical, conforme a solicitação feita pelo Mons. Francisco Waldemar Antunes, que foi empossado como primeiro administrador da Paróquia Menino Deus.

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